Gabriel Monteiro posa nas redes sociais com os seguranças ao redor, mas polícias Civil, Militar e Federal afirmam não ter cedido agentes para escolta do youtuber
Gabriel Monteiro posa nas redes sociais com os seguranças ao redor, mas polícias Civil, Militar e Federal afirmam não ter cedido agentes para escolta do youtuber Divulgação / Instagram
Por Thuany Dossares e Bruna Fantti
Rio - A Polícia Militar irá apurar se agentes da corporação realizam a segurança armada do candidato a vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PSD). Ele tem chamado a atenção durante suas atividades de campanha por andar cercado por homens armados com escopetas, além de máscaras e blusas  do personagem Justiceiro, da Marvel. Os seguranças também utilizam um distintivo não regulamentado em nenhuma corporação, mas que pode ser comprado em lojas de fantasia e artigos militares. 
A reportagem enviou um vídeo à corporação em que Gabriel, que vestia um colete à prova de balas, aparece rodeado pelos seguranças em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e obteve a resposta de que a segurança não foi autorizada. O registro foi gravado na quarta-feira, durante agenda de campanha do candidato. 
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"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a Corregedoria da Corporação instaurou procedimento apuratório interno e está averiguando a conduta dos envolvidos", disse a PM, em nota.
Gabriel, que é licenciado da Polícia Militar, afirma estar sob proteção do Estado. No entanto, nenhum outro órgão de segurança pública reconheceu tais serviços de escolta armada. 
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"Eu estou na proteção do Estado. Existem investigações que estão na Polícia Civil, que são sigilosas, que a minha cabeça está valendo R$ 2 milhões, com provas vastas e delegados testemunhando a meu favor. Com isso, o Estado, a Polícia Militar, reconheceu que estou em perigo iminente de vida e policiais, hoje, estão na minha segurança. São policiais de serviço", declarou Gabriel.

Em suas redes sociais, Gabriel também posa para fotos e grava vídeos com os seguranças ao seu redor. A maioria aparece fazendo caretas de mal-encarados, com os distintivos. Além da PM, as polícia Civil e Federal afirmam que não cederam nenhum de seus agentes para fazer a segurança do candidato. 

Questionado sobre quando teria começado a ter sua proteção do Estado e quem seriam os seguranças, Monteiro disse que não poderia responder. "A minha escolta é feita pela polícia, não posso te falar quais são os policiais que participam (qual corporação). São policiais de serviço, é a única coisa que posso falar. Não posso dar detalhes porque as investigações estão sob sigilo", disse.

Gabriel diz que além das ameaças, a Polícia Civil também havia constatado que criminosos ligados a grupos de contravenção estariam pagando R$ 2 milhões pela sua morte, e que teria, inclusive, um inquérito sigiloso sendo investigado pela Delegacia de Repressão à Ações Criminosas Organizadas (Draco).

O DIA apurou que realmente há  um procedimento que foi instaurado na especializada há cerca de dois meses, após o próprio Gabriel procurar a delegacia para registrar que estava sendo ameaçado, por ter denunciado pontos de máquinas caça níqueis em Copacabana, na Zona Sul. No entanto, até o momento, não há conclusão sobre a veracidade das ameaças.