Jerominho (à esquerda), o irmão Nalino, e a candidata a vereaddora Carminha Jerominho são investigados pela Polícia Federal -  Reprodução
Jerominho (à esquerda), o irmão Nalino, e a candidata a vereaddora Carminha Jerominho são investigados pela Polícia Federal Reprodução
Por O Dia
Rio - A partir de 2021, a Câmara de Vereadores do Rio terá uma nova configuração. Se para melhor, ou pior, só o trabalho dos 51 vereadores dirá. Mas fato é que antigos personagens citados por ligação com milícias da Zona Oeste não conseguiram se eleger. 
É o caso, por exemplo, de Carminha Jerominho (PMB), filha de Jerônimo Guimarães, condenado por ser um dos fundadores da milícia Liga da Justiça, ao lado do irmão Natalino. Na semana passada, Carminha foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que investiga a influência de milicianos em candidaturas cariocas. Desde o início da corrida eleitoral, a filha de Jerominho fez campanha maciça pelas ruas de Campo Grande, mas não ultrapassou os 5.000 votos. A candidata, que já chegou a ser eleita vereadora mesmo presa, em 2008, já havia tentado voltar à Câmara em 2012, sem sucesso. 
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O atual vereador Zico Bacana (Podemos) é outro citado na CPI das Milícias que ficou pelo caminho e não conseguiu a reeleição. Ele teve pouco mais e 11 mil votos. O reduto de Zico é o bairro de Guadalupe, Zona Oeste. Em 2007, o policial militar foi citado como integrante de um grupo miliciano que atuaria na região. Atualmente, a área é dominada pelo tráfico de drogas. Zico sofreu um atentado em novembro, semanas antes da eleição. Ele foi baleado na cabeça dentro de um bar no bairro de Ricardo de Albuquerque. 
Políticos de redutos da Zona Oeste sem força
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Forte em Jacarepaguá, principalmente na Gardênia Azul e na Muzema, o vereador Marcelo Siciliano (PP) bateu na trave da reeleição. Ele foi o 52º colocado - entram 51 -, mas ainda pode ocupar uma cadeira da Câmara caso alguém de seu partido vá, por exemplo, para alguma secretaria. No domingo, um grupo de cabos eleitores de Siciliano foi preso pela Polícia Civil por fazer boca de urna. Outro que será vereador apenas até dezembro é Ítalo Ciba (Avante). O reduto do PM da reserva é o bairro de Magalhães Bastos. Ciba teve 4.990 votos.
Quem se garantiu na Câmara em 2021 foi o clã Brazão. Desta vez, Waldir Brazão (Avante), apesar de não ser da família, usou o sobrenome conhecido da política carioca para se eleger pela primeira vez. Ele trabalhou no gabinete de Manoel Brazão e ocupará o espaço deixado porChiquinho Brazão (Avante), atualmente deputado federal. O berço da família Brazão é o bairro de Jacarepaguá.