Pedra do Sal tem aglomeração em meio ao aumentos de casos de coronavírus no Rio
Roda de samba na Zona Portuária registrou grande movimento de pessoas sem máscara
Por O Dia
Rio - Um samba da Pedra do Sal, na Zona Portuária do Rio, reuniu uma multidão de pessoas e gerou uma grande aglomeração, na noite desta segunda-feira, nas ruas da Gamboa. Nas imagens divulgadas, nas redes sociais, a roda de samba aparece com diversas pessoas aglomeradas e sem o uso a máscara de proteção.
Com o aumento de eventos e festas, os números de casos confirmados da covid-19 também crescem. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, entre os novos casos da doença, cerca de 60% dos pacientes tem entre 20 e 49 anos.
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A tradicional roda de samba no pé da pedra, "Roda de Samba da Pedra do Sal", informou, nesta segunda-feira, que continua sem realizar os eventos e não voltará enquanto não houver vacina e protocolos sanitários.
"Não nos apresentamos na Pedra do Sal, nem em qualquer outro local desde o dia 14 de março. Dia 9 de março foi a última segunda-feira na Pedra do Sal. Sabemos apenas que está havendo o uso do espaço, que é público, mas, com todo respeito, a Roda de Samba Da Pedra do Sal não é isso. Quando voltarmos, informaremos aos quatro ventos, sem páginas falsas ou conteúdo que confunda as pessoas. Existe apenas uma roda de samba da Pedra do Sal, como marca registrada no INPI. Porém, há vários outros eventos na Pedra do Sal", afirmaram.
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A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), afirmou que vai programar uma ação conjunta para o local para evitar novas cenas de aglomerações. Ainda segundo a pasta, durante a pandemia, a Pedra do Sal já recebeu diversas ações integradas de ordenamento com foco na fiscalização do comércio para impedir aglomerações.
Nesta segunda-feira, o infectologista Marcos Junqueira do Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, alertou sobre o público jovem ter potencial para propagar o vírus.
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"Em média, a doença nos jovens é menos grave, é menos sintomática. Não que não possa, inclusive, levar à morte. Mas, na média, é menos. Então, além do impulso da juventude, eles se sentem mais seguros. Daí para frente, eles viram disseminadores do vírus. Eles saem dessas festas contaminados, às vezes com poucos sintomas, e contaminam os pais, que por sua vez vão contaminar os avós e por aí em diante ", disse em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
O médico destacou que o Rio está apenas atrás do Distrito Federal no número de mortes e que a volta no crescimento está ligada ao comportamento como vistos durante o final de semana, além de alertar que se não houver uma mudança, será esperado um aumento no número de casos.
"Quando você enxerga o número de mortes, você enxerga uma realidade. O número de casos é um pouco mais difícil porque você pode estar subnotificando, enfim, não estar testado. Mas as mortes, não", afirmou.
Em toda a rede SUS da Região Metropolitana 1 – que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense – 129 pessoas estão em processo de transferência para leitos de covid-19. Deste total, 53 são para UTI.
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Rio bate 338 mil casos confirmados
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) registrou, até esta segunda-feira, 338.688 casos confirmados e 22.028 óbitos por coronavírus no estado. Em 24 horas, a secretaria registrou 485 casos confirmados e 54 mortes. Há ainda 355 óbitos em investigação e 2.235 foram descartados. Entre os casos confirmados, 311.273 pacientes se recuperaram da doença.