Movimentação em shopping  - Gilvan de Souza
Movimentação em shopping Gilvan de Souza
Por Carolina Freitas
 Rio - O Sindicado dos Comerciários do Rio se manifestou neste sábado após a decisão do prefeito Marcelo Crivella e do governador em exercício, Cláudio Castro, em deixar os shoppings e centros comerciais funcionarem por 24h durante o período do Natal, com o objetivo de evitar aglomerações durante as compras de fim de ano. De acordo com o sindicato, a decisão é como "jogar os trabalhadores na boca do leão", já que tal medida segue na contramão das recomendações das autoridades de saúde. 
Márcio Ayer, presidente do sindicato, alega que a ideia dos governos estadual e da capital se iguala ao "negacionismo do governo federal, que negligência a situação do país, que já registra mais de 175 mil mortos". Além disso, ele diz que não há transporte público que funcione durante 24h e que nas ruas também não tem segurança, sendo assim, os trabalhadores não tem como se deslocar.
Publicidade
Ayer afirma ainda que cada vítima da covid ficará sob a responsabilidade das pessoas que estão à frente desses governos. "Infelizmente, muitas famílias vão chorar neste fim de ano por conta desta decisão", finalizou.
"A maioria dos lojistas, que são os pequenos, não tem funcionários suficientes para cumprir as jornadas normais de trabalho, pois já estão com redução de quadro devido a pandemia", disse o sindicado em nota.
Publicidade
A reportagem entrou em contato com o infectologista Renato Kfouri para falar sobre o assunto. Ele declarou que a ideia não é ruim, mas alertou que a medida deixa os funcionários dos estabelecimentos mais expostos. "A ideia de espaçar as pessoas não é ruim. A questão são os funcionários que ficam mais expostos e correm o risco de pegar a doença. O ideal seria usar menos tempo e que menos pessoas fossem aos locais. Se for aumentar o número de colaboradores, para diminuir a exposição deles, seria melhor", afirma Kfouri.
Já o infectologista Alberto Chebabo, não concorda com a decisão de Crivella e Castro. "Não acho que vá ajudar. Na realidade, deveríamos estar em uma fase de restringir a movimentação das pessoas e não de estimulá-las a sair de casa."
Publicidade
A também infectologista, Tânia Vergara, disse que qualquer lugar onde pessoas circulem, em especial em ambientes fechados, aumenta o risco de contaminação. "Não vejo como esta medida pode favorecer se o número de pessoas não for limitado. O normal é que frequentem nos horários habituais. Se os shoppings, assim como qualquer outro estabelecimento aberto colocar um dispositivo nas portas que proíba a entrada de pessoas após um número x e só reabrir quando esvaziar, aí acho que vale. O poder público tem obrigação de fiscalizar e retirar a autorização caso não cumpram", afirmou. 
A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), diz que a medida é bem vista pelo órgão, já que os shoppings atuarão seguindo os cumprimentos dos decretos dos protocolos sanitários. Além disso, alega que a alta no número do coronavírus no estado se deu porque outros setores não investiram na criação e manutenção dos mesmo protocolos de segurança "prejudicando todo o mercado".
Publicidade