O policial militar Ronny Pessanha, preso na operação contra a milícia, ostentava vida de luxo na internet - Reprodução TV Globo
O policial militar Ronny Pessanha, preso na operação contra a milícia, ostentava vida de luxo na internetReprodução TV Globo
Por O Dia
Rio – Um dos presos na operação desta terça-feira (8), realizada pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio contra a milícia que atua em Rio das Pedras e na Muzema, o policial militar Ronny Pessanha de Oliveira, conhecido como Caveira ou Neguinho do Bope, ostentava vida de luxo nas redes sociais. É ele quem aparece, em uma foto, sentado em uma moto e ao lado de uma BMW que custa mais de R$ 200 mil. O veículo foi apreendido pelos agentes.


Pessanha já foi do Batalhão de Operações Especial (Bope) e atualmente estava lotado no 41º BPM (Irajá). Segundo investigações, ele comandava a segurança do grupo paramilitar.

“Por ter essa expertise, no que se refere a ações táticas, ele orientava os membros da milícia de como se portar no manuseio de arma de fogo na condução do dia a dia e nas cobranças que eram realizadas armadas naquela região”, explica o delegado William Penna, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).

Segundo as investigações, o policial militar usou um fuzil para intimidar uma vítima e exigir pagamento de R$ 50 mil e a entrega de quatro imóveis que eram usados por ele. Caso contrário, a vítima e seus familiares seriam assassinados.

Em depoimento, a testemunha contou que realizou duas transferências bancárias para a conta pessoal do policial, uma no valor de R$ 15 mil e outra no valor de R$ 9mil.

Ao todo, nove pessoas foram denunciadas. Sete pessoas foram presas. Além do policial militar, os agentes conseguiram prender Tailon de Alcântara Pereira, apontado como o chefe da milícia.

Tailon é filho de um ex-policial militar citado na CPI das Milícias em 2008, expulso da polícia em 2008 e que está preso. Ele foi localizado em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes. Ele assumiu à frente da milícia depois da prisão do pai.

De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público, além da prática habitual da milícia, como cobrança de taxas e exploração de venda de gás, internet e TV a cabo, o grupo é responsável pela construção imobiliária ilegal naquela região.