Familiares acusam PMs de agredir morador do Morro do Borel, na Tijuca - Reprodução
Familiares acusam PMs de agredir morador do Morro do Borel, na TijucaReprodução
Por O Dia
Rio - Familiares acusam policiais militares do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) de agredir um morador do Morro do Borel, na tarde desta quarta-feira, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Segundo testemunhas, Pablo Luís Alves dos Santos Cabral, 28 anos, estava na porta de casa quando foi abordado por policiais militares.
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De acordo com a Polícia Militar, a equipe do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), em patrulhamento na comunidade do Borel, na Tijuca, "abordou um homem em atitude suspeita, que resistiu à revista reagindo com palavras de baixo e calão e, por isso, recebeu voz de prisão por desobediência".
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Ainda segundo a corporação, o "rapaz entrou em luta corporal com os agentes de segurança, provocando reação de populares que atacaram os policiais com pedradas e garrafadas. Um policial foi ferido, mas a situação foi estabilizada. O policial e o rapaz abordado foram levados ao Hospital do Andaraí. Após o atendimento, o rapaz foi conduzido até a 19ºDP (Alto da Boa Vista e Tijuca) para registro de ocorrência".
Segundo a mãe de Pablo, ele teria sido questionado pelos policiais para onde ia. “Ele vinha me encontrar na porta da minha escola, às 17h. Esperei por ele na hora combinada, mas ele não aparecia. Quando eu vi, amigos e a minha nora estavam na rua pedindo para eu ir até o morro porque os policiais estavam batendo no meu filho”, conta desesperada a doméstica Carla Alves dos Santos, de 44 anos.
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“Os policiais o pegaram antes das 17h não levaram ele para delegacia. O meu filho apareceu do nada no Hospital do Andaraí”, conta a mulher. “Ele agora está sendo levado daqui do hospital pelos policiais. Está todo machucado, bateram muito nele, bateram até com banco, jogaram spray de pimenta”, detalha ela, horrorizada.
Carla explica que os agentes não falaram nada com Pablo. “Apenas cismaram, pediram para revistar. Meu filho falou que não era traficante. Ele trabalhou até abril desse ano na Casa Pedro. Foi dispensado por causa da pandemia. Está fazendo agora um tratamento para a tuberculose. Meu filho disse: ‘policial não sou traficante, sou trabalhador, tenho compromisso’. Só não disse que o compromisso era me encontrar. Em nenhum momento, ele desacatou o policial. A minha vizinha me disse que ele falou bem tranquilo: ‘não sou marginal, sou trabalhador”, cita Carla.
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“Quem mora em comunidade tem direito de ir e vir, independente de ter operação ou não. Lá, no Morro do Borel não tinha operação naquela hora. Só tinha policial descontrolado. É assim que eles sobem nas favelas”, reclama a mãe de Pablo.