O ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella - Estefan Radovicz / Agência O Dia
O ex-prefeito do Rio, Marcelo CrivellaEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério Público do Rio afirmou na tarde desta terça-feira, 22, que o esquema do "QG da Propina" na gestão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), preso pela manhã, arrecadou mais de R$ 50 milhões durante o mandato. Esse é o valor da indenização estipulada na denúncia contra o mandatário e outras 25 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
"Essa organização criminosa prosseguiu mesmo após duas operações de busca e apreensão, mesmo sabendo que a investigação estava em curso. Nem assim as atividades cessaram", disse o subprocurador-geral de Justiça Ricardo Martins.
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Uma das fontes de arrecadação era a cobrança de um porcentual sobre restos a pagar a empresas que precisavam receber valores da Prefeitura. Em troca de serem favorecidas, elas desembolsavam propina calculada em cima desses próprios valores, numa espécie de "ganha-ganha".
O esquema foi descoberto a partir da delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso no âmbito da operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense. Segundo ele, o suposto QG funcionaria assim: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques ao empresário Rafael Alves, um dos presos na operação desta terça-feira, que faria a ponte com a Prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas - aqui, o operador mediaria o pagamento.
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"A prisão se revela espalhafatosa e desnecessária. A defesa confia na pronta reparação desta violência jurídica”, afirma João Francisco Neto, advogado de Rafael Alves.