Rafaella tinha apenas 19 anos - Arquivo Pessoal
Rafaella tinha apenas 19 anosArquivo Pessoal
Por RAI AQUINO
Rio - Uma jovem de 19 anos foi estuprada e morta a facadas, na noite da última quinta-feira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a família, Rafaella Horsth foi atacada a poucos metros de casa em uma área de matagal no bairro Parada Morabi.
Rafaella foi encontrada por um vizinho e levada ainda com vida ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Sacaruruna. A jovem, no entanto, não resistiu aos ferimentos.
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"Ela estava no meio do mato, agonizando e com as roupas levantadas. Eu vi duas perfurações na perna, duas na barriga e uma peito", conta o primo Celso Horsth. "A colocamos no carro do meu irmão e ela já estava respirado muito fraco, dando aquele suspiro, como se tivesse com falta de ar. A gente ficou tentando falar com ela para mantê-la acordada, mas ela já não estava falando mais, forçando para respirar".
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O parente diz que pouco antes do crime, Rafaella tinha deixado a casa dele, por volta das 20h, em direção à dela. Os dois moravam muito próximos, a poucos metros de distância.
"Depois de uns 30 minutos que ela saiu da minha casa, minha tia me ligou perguntando se ela ainda estava comigo. A primeira coisa que imaginei foi que ela não tinha chegado em casa", conta Celso, com quem a jovem trabalhava em sua loja de manutenção de celulares, que fica próximo da linha férrea da SuperVia na região.
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RUA DESERTA E ESCURA
O técnico em manutenção de celulares diz que a rua onde tudo aconteceu é muito escura e deserta, com poucos moradores no local. Mas mesmo assim, eles não imaginavam que uma violência dessa gravidade pudesse acontecer na região.
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"Aqui não é perigoso, mas é uma área que é muito escura e muito deserta. A casa dela é a penúltima da rua. A última casa da rua não tem nem morador. Da equina que ela mora até a casa dela, que dá uns 100 metros, só tem, no momento, o pessoal da casa dela", calcula Celso.
Rafaella tinha quatro irmãos e morava com uma de 15 anos, a mãe e o pai. Todos estão inconformados com a violência que ela sofreu tão precocemente.
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"Ela era muito alegre, gostava de festas, a gente sempre estava fazendo festa na casa dela e churrasco de família. A gente vira e mexe saía para tomar um chope. Ela me ajudava na minha loja com atendimento ao cliente, então, era super tranquila, bem comunicativa, bem educada e sempre para cima. Ela estava, inclusive, fazendo autoescola para tirar a habilitação", afirma o primo.
FAMÍLIA DA MARÉ
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Celso conta que os pais da jovem estão se sentindo culpados pelo que aconteceu. Os dois nasceram e se conheceram na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital, e deixaram a região para fugir da violência.
"Eles estão muito abalados. O pai dela dizia que para evitar que tivesse que render homenagem para bandido e que acabasse fazendo alguma besteira, preferiu sair da favela e isso aconteceu fora da favela", lamenta o primo.
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O corpo de Rafaella foi enterrado na tarde deste sábado no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. A morte dela é investigada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Até o momento não há informações sobre suspeitos de envolvimento no crime.
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil disse que a perícia foi realizada no local e os agentes ouviram familiares da vítima.
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"Diligências estão sendo realizadas para colher imagens de câmeras de segurança que ajudem a identificar e capturar o autor do crime", a corporação acrescentou em nota.