Segundo as investigações da distrital, Gordon cuidava da parte financeira dos traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) desde 1998, quando o Dendê estava sob o comando do criminoso Miltinho do Dendê. Ao longo desses anos, ele teria acumulado um patrimônio de cerca de R$ 6 milhões, entre 10 imóveis e 11 veículos, que estariam em seu nome é de seus familiares.
A polícia apurou que entre os veículos estão três carros de luxo, sendo dois Honda HR-V e um Mitsubishi ASX, e seis Kombis. Esses últimos eram usados no transporte alternativo no Morro do Dendê, que é explorado pelo tráfico de drogas.
Já entre os imóveis está uma loja onde fica um centro de estética e depilação, que os agentes da delegacia da Ilha do Governador ainda irão apurar se fazia parte do esquema de lavagem de dinheiro fruto do tráfico.
De acordo com o delegado da 37ª DP, Marcus Henrique Oliveira Alves, Gordon compõe a velha guarda do crime da comunidade e sempre teve uma participação discreta na facção criminosa. O suspeito era irmão do traficante Gilberto Coelho, o Gil, que era apontado pela polícia como o braço direito do antigo chefe do tráfico do Dendê, Fernandinho Guarabu. Os dois morreram em junho de 2019 durante uma troca de tiros com policiais militares.
Mesmo após a morte do irmão, ele seguiu prestando seus serviços financeiros para as atuais lideranças locais: Marcos Vinicius dos Santos, o Chapola, e seu braço direito, Mário Henrique Paranhos de Oliveira.
A 37ª DP instaurou o inquérito para apurar a lavagem de dinheiro há cerca de um ano e meio. Nesta quarta-feira, eles cumpriram mandados de busca e apreensão nos endereços de Gordon. Entre eles, uma casa de alto padrão na localidade do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador. No endereço, os agentes encontraram um revólver e munições, além de aparelhos eletrônicos.
Os bens de Gordon e de seus familiares foram bloqueados pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. A polícia agora tenta provar que todo patrimônio dele e da família é fruto de dinheiro ilícito.