Comunidade da Zona Oeste já foi afetada por 33 tiroteios em 2021. - Reprodução / OTTRJ
Comunidade da Zona Oeste já foi afetada por 33 tiroteios em 2021.Reprodução / OTTRJ
Por Thuany Dossares

Pelo terceira vez consecutiva, a Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, foi o bairro do Grande Rio que registrou mais tiroteios no período de um ano. Em 2020, foram 319 ocorrências de disparos de arma de fogo na região, de acordo com a plataforma Fogo Cruzado. Uma das vítimas da violência no local foi o montador de móveis, Adilson Arcanjo Ferreira, de 49 anos. Ele foi baleado em maio do ano passado, quando passava pela Avenida Brasil, na altura da Vila Kennedy.

"Eu estava trabalhando, passando de carro com um colega de trabalho, estava no banco do carona, a bala veio do nada e me atingiu", conta Adilson. Ele foi baleado no pescoço e ficou 40 dias internado. "Se você acredita em milagre, pode ter certeza que eu sou um", complementou.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, esses tiroteios, que aconteceram quase diariamente, fizeram 30 vítimas na Vila Kennedy, sendo 15 delas fatais. O laboratório de dados apurou ainda que o bairro dobrou os registros de disparos de arma de fogo da Cidade de Deus, que é a segunda colocada no ranking, com 123 tiroteios, em 2020.

Confronto de facções

O relatório também aponta que em apenas 28 dos 319 tiroteios houve a presença de agentes de segurança. Procurada, a Polícia Militar informou que o 14º BPM (Bangu) realiza o policiamento ostensivo visando diminuir os índices de criminalidade na região e, por isso, mantém uma base no interior da comunidade da Vila Kennedy. A unidade conta com a presença de policiais 24 horas por dia.

"A atuação do efetivo da corporação segue protocolos técnicos, tendo como preocupação central a preservação de vidas — da população e de policiais militares envolvidos na ação. Vale ressaltar que a opção pelo confronto é sempre uma iniciativa dos criminosos, que realizam ataques armados inconsequentes diante do cumprimento das missões institucionais dos entes de segurança do Estado", diz a nota.

Embora o bairro tenha despontado no índice negativo, a plataforma que analisou os dados identificou uma queda de confrontos em relação ao ano de 2019. Segundo o relatório, houve uma redução de 17% nos registros de disparos.

 

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