"O Sr. Eduardo Cavaliere não possui conhecimento algum sobre o processo da construção do novo autódromo, sobre a PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) e a PPP (Parceria Público-Privada) realizadas pela mesma prefeitura municipal a qual ele hoje representa e, principalmente, sobre os trâmites de transferência do terreno em questão", diz o texto.
"Talvez por ser oriundo do setor de tecnologia e não dispor de nenhuma experiência na área ambiental, o secretário não se atentou ao 'detalhe' de que a prefeitura não é a única parte nesse processo de licenciamento. Logo, o poder público municipal não pode, de forma solitária, unilateral e abusiva, solicitar o processo de arquivamento, uma vez que há um sócio contratual."
A nota ainda questiona o pedido do secretário de transformar a área de 160 hectares que compõem a floresta em uma unidade de conservação. "Ao requisitar a criação da 'Unidade de Conservação' no Camboatá, (Cavaliere) ignorou de que o referido terreno não é do município do Rio de Janeiro. Neste caso, APENAS a União possui tal prerrogativa", pontua o texto.
Em julho de 2019, em meio às discussões envolvendo a possível construção da pista em meio à Floresta do Camboatá, o Estadão mostrou que a discussão sobre quem é o responsável legal pelo terreno se arrastava desde 2012, ano em que foi assinado um documento que dava início ao processo de transferência da área - que pertence ao Exército - para a Superintendência do Patrimônio da União no Estado do Rio. Posteriormente, seria transferida para o então Ministério do Esporte.
A mudança fazia parte de um acordo que previa a construção do novo circuito como compromisso dos organizadores dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, depois que o autódromo de Jacarepaguá fora demolido para dar lugar ao Parque Olímpico da Barra.
Em setembro de 2018, no entanto, a prefeitura do Rio, então sob administração de Marcelo Crivella (Republicanos) - que apoiava a construção do autódromo - apresentou pleito solicitando a posse do terreno.