Ato de servidores terceirizados na porta da Prefeitura. - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Ato de servidores terceirizados na porta da Prefeitura.Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por *Tatiane Gomes
Rio - Apesar da mudança de ano, as questões salariais de alguns funcionários públicos pouco mudaram e muitos seguem sem receber. Denúncias anônimas apontam que controladores de acesso das escola municipais do Rio, terceirizados através da empresa AgileCorp, continuam sem os salários há 2 meses. Recentemente, no dia 28 de janeiro, a categoria fez um protesto na sede a Prefeitura do Rio, no entanto, o ato não surtiu efeito e os funcionários seguem de bolsos vazios.
De acordo com as denúncias, a Agile Corp deixa os trabalhadores sem nenhuma informação e chega a ignorar as mensagens da categoria, que ficam sem respostas. A companhia também fornecia cestas básicas aos colaboradores, mas o beneficio acabou sendo cortado.
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"Os controladores de acesso estão passando por dificuldades, dentre elas ordem de despejo. Minhas contas estão todas atrasadas e não tenho nenhum retorno. Circularam boatos de que o contrato foi rescindido, outros dizem que a Prefeitura não fez o repasse das verbas. Porém, nada concreto", explicou um terceirizado ao DIA, que preferiu não se identificar.
"A situação está bem crítica. Não estou conseguindo arcar com minhas dívidas. Estou tendo que me desfazer de alguns itens como para conseguir fazer um dinheiro e pagar as contas. Inclusive, estou vendendo um celular antigo e meus livros, meu maior apego, e alguns instrumentos musicais, para ver se consigo resolver parcialmente. É uma sensação de impotência", completou.
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Com medo de represálias, o funcionário relata que a categoria está dividida e que a volta às aulas de forma remota a partir do dia 8 de fevereiro, poderá acentuar ainda mais a questão. De um lado, uma parte dos funcionários continuará trabalhando, temendo perder o cargo, e do outro lado estão os trabalhadores que não pretendem continuar os serviços sem receber.
Procurada pelo DIA, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que "a dívida foi deixada pelo governo passado, que também comunicou à empresa o encerramento do contrato, que se encontrava em fase final". Confira a íntegra:

"A atual gestão da Secretaria Municipal de Educação busca uma solução para as pendências deixadas pela administração anterior. Como publicado nos decretos no Diário Oficial em 1º de janeiro, iniciou-se a revisão de todos os contratos da antiga gestão, a fim de garantir adequação às leis vigentes e verificar se há irregularidades nesses contratos, inclusive a falta de cobertura financeira.

Após a devida apuração, os débitos seguirão os trâmites legais para serem quitados. A SME atua de forma alinhada com a Secretaria Municipal de Fazenda para resolver a questão dos déficits oriundos do governo passado.

A limpeza de parte das escolas está sendo realizada pela Comlurb. E a SME está providenciando uma nova contratação de serviços terceirizados para as CRE que não possuem contratos com a Comlurb".
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A AgileCorp informou, em nota enviada nesta sexta, que "mantém um diálogo aberto com seus colaboradores através de seus supervisores e encarregados que ficam na ponta e são o canal direto com nosso colaborado". Sobre os salários de dezembro, a empresa informou que "o salário está atrasado devido à falta de repasses da prefeitura". Sobre os atrasos em janeiro, a AgileCorp afirmou que "são pagos em fevereiro, caso haja repasse da prefeitura".
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes