João Filipe Barbieri deixou a prisão em Bangu com um alvará de soltura falso, em novembro de 2018. - Reprodução Internet
João Filipe Barbieri deixou a prisão em Bangu com um alvará de soltura falso, em novembro de 2018.Reprodução Internet
Por O Dia
Rio - O corregedor-geral de Justiça do Rio, desembargador Bernardo Garcez, já havia alertado à Justiça e ao Governo do Rio sobre as fraudes envolvendo a libertação de presos na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A informação foi confirmada pelo RJ2.
Em ofício interno, Garcez já havia alertado sobre duas tentativas no começo deste ano. A partir disso, o magistrado determinou que os documentos apresentados para soltar presos passassem por validação de assinatura eletrônica.

O desembargador também determinou a prévia verificação de autenticidade junto aos sistemas eletrônicos. O ofício foi enviado ao secretário da Polícia Civil, Alan Turnowsky.
Publicidade
Megatraficante de armas deixa cadeia com alvará de soltura falso
Considerado um dos maiores traficantes de armas do mundo, João Filipe Barbieri deixou a cadeia no Rio após cumprir apenas três dos 27 anos de detenção. A saída, contudo, não se deu por meio de uma fuga, e sim pela porta da frente - com um alvará falso. Ele deixou o complexo de Bangu, na zona oeste da cidade, em novembro de 2020.
Publicidade
A soltura de Barbieri se deu por meio de uma decisão interlocutória, o que representa que seria uma decisão tomada durante o processo sem a resolução de mérito definitivo do caso. Nesta segunda-feira (8), após ser questionada pelo desembargador federal Marcello Granado, a Seap informou o número do alvará que culminou na libertação, mas sem anexar os documentos. Eles teriam sido fornecidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio.
A Justiça Federal, no entanto, nega que tenha emitido qualquer alvará para tirar Barbieri da cadeia. Ao descobrir o esquema, Granado ordenou a prisão imediata dele e de outro preso solto por meio da mesma falcatrua, João Victor Silva Roza, e afirmou que vai pedir explicações à Seap e ao Ministério Público. Procurada, a Seap afirmou que está apurando o caso.
Publicidade
Em nota, a Secretaria de administração penitenciária informou que o caso está sendo apurado. Segundo eles, João Filipe Barbieri, não consta no sistema prisional desde 18 de novembro de 2020.