Corregedor-geral de Justiça alertou sobre fraudes na libertação de presos
Considerado um dos maiores traficantes de armas do mundo, João Filipe Barbieri deixou a cadeia com um alvará falso em novembro de 2020
Por O Dia
Rio - O corregedor-geral de Justiça do Rio, desembargador Bernardo Garcez, já havia alertado à Justiça e ao Governo do Rio sobre as fraudes envolvendo a libertação de presos na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A informação foi confirmada pelo RJ2.
Em ofício interno, Garcez já havia alertado sobre duas tentativas no começo deste ano. A partir disso, o magistrado determinou que os documentos apresentados para soltar presos passassem por validação de assinatura eletrônica.
O desembargador também determinou a prévia verificação de autenticidade junto aos sistemas eletrônicos. O ofício foi enviado ao secretário da Polícia Civil, Alan Turnowsky.
A soltura de Barbieri se deu por meio de uma decisão interlocutória, o que representa que seria uma decisão tomada durante o processo sem a resolução de mérito definitivo do caso. Nesta segunda-feira (8), após ser questionada pelo desembargador federal Marcello Granado, a Seap informou o número do alvará que culminou na libertação, mas sem anexar os documentos. Eles teriam sido fornecidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio.
A Justiça Federal, no entanto, nega que tenha emitido qualquer alvará para tirar Barbieri da cadeia. Ao descobrir o esquema, Granado ordenou a prisão imediata dele e de outro preso solto por meio da mesma falcatrua, João Victor Silva Roza, e afirmou que vai pedir explicações à Seap e ao Ministério Público. Procurada, a Seap afirmou que está apurando o caso.
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Em nota, a Secretaria de administração penitenciária informou que o caso está sendo apurado. Segundo eles, João Filipe Barbieri, não consta no sistema prisional desde 18 de novembro de 2020.