Na decisão, o ministro rejeitou um habeas corpus da defesa, mas concedeu a liberdade por iniciativa própria – "de ofício". De acordo com a decisão, Crivella terá que entregar seus passaportes em até 48h, não poderá deixar o país, não poderá manter contato com outros investigados e deverá comparecer periodicamente em juízo.
Crivella estava em prisão domiciliar desde o dia 23 de dezembro e era monitorado através da tornozeleira eletrônica. Ele chegou a passar um dia no presídio de Benfica, mas foi transferido para casa por determinação do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.
Em nota, a defesa de Crivella afirmou que a decisão de Mendes "reconhece que a prisão ordenada pela Justiça do Rio de Janeiro foi ilegal e desnecessária".
QG da Propina
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Marcelo Crivella foi preso na manhã do dia 22 de dezembro de 2020, durante uma operação do MPRJ e da Polícia Civil, em um desdobramento da investigação do suposto "QG da Propina" na Prefeitura do Rio.
A investigação teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, em maio de 2018. Veio dele a expressão 'QG da Propina' para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de não ter cargo oficial. Ele é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves, exonerado do cargo em março de 2020 a pedido dele próprio.