Jornalista e secretário se desentenderam durante discussão sobre a necessidade do estado do Rio adotar novas medidas de restrição para conter o avanço da covid-19
Jornalista e secretário se desentenderam durante discussão sobre a necessidade do estado do Rio adotar novas medidas de restrição para conter o avanço da covid-19Reprodução / TV Globo
Por O Dia
Rio - O Secretário de Estado de Saúde no Rio de Janeiro, Carlos Alberto Chaves, descartou a possibilidade de novas medidas restritivas serem adotadas pelo governo estadual durante entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (04) ao Bom Dia Rio, da TV Globo. Ele afirmou que o governo já adota ações de combate à doença, defendeu que existe um alarmismo diante da covid-19, comparando um possível toque de recolher às ações da ditadura militar, e também e criticou especialistas, que tem defendido maiores restrições de distanciamento no estado. 
Questionado durante o programa sobre a necessidade do governo adotar medidas preventivas, o secretário respondeu que as ações estão sendo realizadas. Ele defendeu que a melhor solução para combater à covid-19 é intensificar a distribuição de vacinas, e que o número de leitos ocupados no estado não justifica a necessidade de maiores contenções até o momento.

"A prevenção é importante e estamos tranquilamente fazendo isso. A prevenção é a pesquisa, os exames de saúde, o monitoramento dos leitos, junto com a presença da saúde dos municípios. Qual a solução para isso tudo? É a vacina, 70% da população, nos ficamos tranquilos" afirmou o secretário.

Em tom de irritação, Carlos Alberto também criticou os especialistas, dizendo que eles não possuem experiência prática na atividade médica.

"Eu tenho que pensar que muitos desses pesquisadores nunca botou (sic) a mão em um doente, nunca viu um doente na frente. É muito fácil falar dentro de um ar condicionado. Estamos fazendo a prevenção sim!", disse o secretário.
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Sobre a necessidade de adotar novas medidas, ele descartou a possibilidade de mais restrições até o momento e também alertou sobre o papel da população em seguir as recomendações sanitárias para conter o avanço da doença. 
“Qual é a ação do estado? Polícia na rua? Toque de recolher? Temos que pensar na educação das pessoas. É impossível os jovens de classe média e classe média alta, dentro das ruas, poluindo e jogando um grupo enorme de gente bebendo pelas ruas, isso é um crime!”, concluiu Chaves. 

A prefeitura do Rio de Janeiro decidiu adotar, a partir desta sexta (5), novas medidas restritivas para conter o avanço da covid-19. A restrição vai até o próximo dia 11 de março. Bares e restaurantes, por exemplo, terão 'toque de recolher' e não podem funcionar após às 17 horas. O decreto proíbe também o funcionamento de boates, quiosques e feiras. Ambulantes não vão poder trabalhar nas praias da capital.
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A rede pública hospitalar do estado do Rio de Janeiro tem cerca de 63% de lotação nas UTIs destinadas a pacientes com covid-19. Nos leitos de enfermaria a ocupação é mais baixa, 42%. Nove cidades do estado têm ocupação acima de 90%. Sete delas têm lotação máxima.