Aluno de universidade do Rio faz denúncia sobre lotação em sala de aula: 'Somos forçados a ir'
De acordo com o jovem, também faltam EPIs e a infraestrutura para quem está no ensino remoto é precária
Aluno relatou que salas da universidade onde estuda tem ficado lotadas - Arquivo Pessoal
Aluno relatou que salas da universidade onde estuda tem ficado lotadasArquivo Pessoal
Por Carolina Freitas
Rio - Um aluno do curso de medicina da Unigranrio, sediada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que preferiu não se identificar, denunciou ao DIA que a unidade de ensino vem sofrendo com aglomerações e falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), em meio a pandemia do coronavírus. Além disso, ele relata que há casos de pessoas infectadas na faculdade.
"A faculdade mandou um e-mail para todos os cursos dizendo que iríamos retornar de maneira presencial e obrigatória. Quem não se sentisse a vontade com o retorno, poderia solicitar um "acompanhamento especial", que a pessoa recebe as matérias impressas e acompanha a aula de casa. Achamos [alunos] isso um absurdo e nos juntamos com o Centro Acadêmico de Medicina para nos ajudar. Mandamos vários e-mails para a faculdade e pedimos reuniões."
Um estudante da Universidade Unigranrio, de Duque de Caxias, denunciou ao O DIA que as salas da unidade ficam lotadas e faltam EPIs. Além disso, informou que há casos pessoas infectadas. #ODia
O estudante diz ainda que durante uma das reuniões, com a pró-reitora, os alunos relataram que não se sentiam confortáveis para retornarem ao local.
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"Achamos o método de acompanhamento especial discriminatório porque a matéria é muito complexa para ser estudada por folhas de exercício e quem não quer se expor ao coronavírus, não pode ser privado do direito de assistir a aula. Depois ficou acordado que as matérias teóricas seguiriam de maneira remota, e as práticas, de modo presencial. Pedimos uma confirmação oficial da faculdade por e-mail mas nunca enviaram", continua.
O jovem denuncia que após o encontro com os responsáveis, foi prometido que a faculdade seguiria as normas sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que isso não aconteceu.
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"As salas ficam lotadas. Tem umas com 50, 60 alunos. Como eu sou do grupo de risco, pedi para ficar de casa, assim como várias pessoas da minha sala. Só que tem dois fatores que nos prejudicam: Não há estrutura nenhuma para os professores fazerem as aulas online. Eles estão usando o próprio Notebook e caixas de som. E isso acaba nos atrasando de certa forma."
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O aluno disse ainda que quem optou por ir presencialmente, também está reclamando. "Para comportar as aulas presenciais de um jeito seguro, tem que ser feita uma divisão. Nossa turma conta com 100 pessoas e é subdivida: 25 pessoas espalhadas em quatro salas, porém, isso não acontece em outros cursos."
Procuradas pela reportagem para comentarem sobre o caso, a Prefeitura de Duque de Caxias e a Unigranrio não deram retorno até a publicação desta matéria.
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