Barraqueiros, comerciantes de bares e restaurantes, quiosqueiros e organizadores de eventos se unem em protesto, em Ipanema, contra as medidas adotadas pela Prefeitura do Rio
Barraqueiros, comerciantes de bares e restaurantes, quiosqueiros e organizadores de eventos se unem em protesto, em Ipanema, contra as medidas adotadas pela Prefeitura do Rio Divulgação
Por *Thalita Queiroz
Rio - Centenas de barraqueiros, comerciantes de bares e restaurantes, quiosqueiros e organizadores de eventos e festas protestam desde às 16h30 desta segunda-feira (22), na Praça Nossa Senhora da Paz, contra as medidas de restrições mais severas que a cidade do Rio vai adotar a partir dos próximos dias. Os barraqueiros ficaram impedidos de trabalhar nas areias das praias durante todo o final de semana. Os organizadores de eventos estão proibidos de realizar festas. Já os bares e restaurantes poderão funcionar seguindo algumas regras.
Manifestantes carregam cartazes e faixas com os dizeres: 'Não somos ilegais', 'Queremos trabalhar', 'Dudu você é covarde'. Um dos organizadores do evento afirmou que toda a classe envolvida no protesto vai retornar para as ruas caso a Prefeitura do Rio continue com as proibições mais severas. "A gente não vai parar. Se fechar praia, quiosque e restaurante nós vamos para a rua", disse um manifestante.
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Equipes do 2º BPM (Botafogo) e a Guarda Municipal estão no local do protesto para controlar a situação. 
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Segundo os representantes da classe dos barraqueiros, eles foram surpreendidos com o decreto anunciado na última quinta-feira (18) pelo prefeito Eduardo Paes. De acordo com eles, havia um acordo com a Prefeitura do Rio para trabalharem até às 17h. No decreto atual. barraqueiros não podem trabalhar em nenhum horário, já que as praias seguem fechadas.
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“Nós queremos a praia aberta para que possamos trabalhar. Queremos continuar do jeito que estava indo, no horário até às 17h. Atualmente, a maioria dos barraqueiros trabalham com a metade do material, pois não tem movimento para vender muito”, explica o barraqueiro Márcio Oliver, de 58 anos, um dos primeiros a chegar para iniciar o protesto.
A barraqueira Maria Jeliene, mais conhecida como Ju da barraca 89, de 45 anos, reclama: "As contas não param de chegar e se não trabalharmos vamos passar fome”, conta ela que relata ter muitos colegas de profissão adquirindo doenças mentais pela ausência de renda mensal.

O prefeito Eduardo Paes comentou em entrevista coletiva na última sexta-feira (19) que, para ajudar na econômica da cidade, ele tenta no Congresso a derrubada de um veto presidencial que adiaria o pagamento de R$ 500 milhões em dívidas a instituições financeiras internacionais, o que daria um alívio pro município.

O prefeito lembrou que a cidade chegou a um nível de desemprego alto e que os mais pobres sofrem em momentos de restrições das atividades econômicas. Por isso, sugeriu que o carioca volte a organizar redes de solidariedade, como as que foram estabelecidas no início da pandemia.
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*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes