A medida foi adotada em inquérito que apura o possível atraso nas obras do PAC e eventuais irregularidades, visando a construção, em duas etapas, de unidades habitacionais com urbanização, paisagismo, drenagem pluvial, sistema de esgotamento sanitário, pavimentação, extensão da rede de abastecimento de água e energia elétrica e a construção de equipamentos sociais, como escolas, creches e postos de saúde. A ocupação está em área destinada às obras no canal Caboclo.
Segundo documentos enviados pela Caixa Econômica Federal, 60,89% da obra está completa, incluindo 176 unidades habitacionais, o que estava previsto na primeira etapa do projeto. Ainda assim, não foi possível comprovar a conclusão da etapa inicial como um todo. Em 12 de janeiro deste ano, o MPF recebeu a demanda das 56 famílias ocupando o local que estavam ameaçadas de remoção, devido à novas obras a serem realizadas no Canal do Caboclo. Desde então, foram realizadas reuniões no MPF com os moradores, a prefeitura e entidades como o Movimenta Caxias.
O MPF entende que a demora na conclusão das obras impacta diretamente a vida das famílias que seriam realocadas, e que esse atraso favorece a consolidação de novas situações, como a ocupação de regiões e terrenos, que exemplificam o caso em si. Além disso, devem ser consideradas a Lei Estadual nº 9.020/2020, que impede as remoções forçadas na pandemia, e a Recomendação nº 90/2021, do Conselho Nacional de Justiça, que indica cautela para a realização de desocupação coletiva de populações vulneráveis no contexto da pandemia.
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