Distribuição de 600 marmitas no Centro do Rio
Distribuição de 600 marmitas no Centro do RioBeatriz Domingos
Por Karen Rodrigues*
Rio - O Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), o Movimento do Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Cozinha Solidária, o Movimenta Caxias e a Frente Povo Sem Medo organizaram, nesta quarta-feira, a distribuição de 600 marmitas de feijoada para trabalhadores informais, como os camelôs, na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, reivindicando a vacinação para todos, o auxílio emergencial de R$ 600 e o impeachment do Presidente da República, Jair Bolsonaro.
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“Hoje está sendo esse dia de Fora Bolsonaro. A gente foi distribuir 600 marmitinhas aos camelôs, trabalhadores, são as pessoas que vão ser muito prejudicadas, a partir de sexta-feira. Mas a gente tem ciência que é necessário as pessoas ficarem em casa. Esses trabalhadores, pelo menos hoje, vão deixar de gastar R$ 10,00 ou R$ 15,00 com comida. O que incomoda muito a gente, é que o Paes só fala dos camelôs com autorização, mas a gente precisa que as pessoas sem autorização também se alimentem. É comida do prato e vacina no braço”, disse Maria Inez, camelô e coordenadora do MUCA.
A distribuição das quentinhas foi um evento nacional organizado pelo MTST e pela Cozinha Solidária, que acontece em São Gonçalo e em Niterói e foi responsável pela preparação das refeições. Ao todo, foram 600 marmitas distribuídas em torno de 20 minutos.
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“A quentinha não é um dever nosso distribuir, deveria ser um dever do estado para garantir que as pessoas não passem fome, mas o governo não está conseguindo suprir. Muita gente está com essa falta do auxílio e não está conseguindo comprar comida para casa”, explicou Vitor Lourenço, membro do Movimenta Caxias.
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Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira, ainda acontecerá a distribuição de 100 marmitas de sopa, em homenagem aos quase 300 mil mortos pela covid-19 no Brasil.
“Hoje a gente vai fazer isso mais em viés de protesto. Um protesto desse desgoverno que não está dando conta e por não dar conta vai bater hoje 300 mil mortos. A gente precisa de respostas e a resposta que a gente quer é auxílio emergencial, vacinação, que consiga combater a pandemia, que consiga bater a fome”, disse Vitor.
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Com a decisão da Prefeitura do Rio de fechar serviços não essenciais, a partir desta sexta-feira (26) até o Domingo de Páscoa (04), em combate à pandemia da covid-19, comerciantes, camelôs e ambulantes não sabem se vão conseguir colocar comida na mesa de casa.
“É difícil. Eu como mãe de família, vinha trabalhar, deixava meus filhos em casa, e eu ficava o dia todo sem comer. Muitas vezes eu passava mal na rua porque não podia comer. Tudo que eu ganhava na rua, eu levava para casa. Tinha dia de ir para casa com fome, chegar em casa para comprar as coisas mais baratas para dar aos meus filhos o que comer”, contou Maria Inez.
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Além da distribuição das marmitas, está sendo feita uma campanha nacional de arrecadação de fundos para ações emergenciais de enfrentamento à fome, à miséria e à violência durante o período de pandemia da covid-19. A campanha está sendo organizada pela Coalizão Negra Por Direitos, em parceria com a Anistia Internacional, Oxfam Brasil, Redes da Maré, Ação Brasileira de Combate às Desigualdades, 342 Artes, Nossas - Rede de Ativismo, Instituto Ethos, Orgânico Solidário e Grupo Prerrô.
“A gente também está fazendo uma campanha com organizações do Brasil todo. Juntar gente que já luta por alimento, por comida, para fazer essas ações. A gente está tentando se unir para colocar essa pauta em voga e tentar fazer o que o estado não está fazendo”, disse Vitor.
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*Estagiária sob supervisão de Yuri Hernandes