Renan Olaz/CMRJ
Por O Dia
Rio - A Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira em endereços de parentes do vereador Jairo Souza, o Dr. Jairinho. A operação foi iniciada antes das 6h. Agentes estiveram nas casas do pai do parlamentar e dos avós maternos do menino Henry, em Bangu, Zona Oeste do Rio, e também na casa do pai da vítima, Lienel Borel, no Recreio. O apartamento em que Henry vivia com a mãe e o padrasto também foi interditado. Henry foi morto aos 4 anos no último dia 8.
Dr. Jairinho estava na casa do pai, o ex-deputado estadual Coronel Jairo, em Bangu; a mãe do menino, Monique Medeiros, também estava em Bangu, na casa dos pais.
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Durante a operação da manhã desta sexta-feira, a polícia apreendeu pelo menos cinco celulares, além de computadores. Na casa do pai, Leniel, foral levados um notebook e dois celulares.
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Os mandados foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri da Capital, que também decretou a quebra dos sigilos de todos os alvos. O apartamento no condomínio da Barra da Tijuca, onde a criança morava com a mãe e Dr. Jairinho foi interditado para novas perícias. As chaves devem ser entregues à Polícia e uma viatura da Polícia Militar ficará baseada no local por 30 dias.
O advogado de Jairinhinho e Monique, André França, disse que o casal, embora ainda abalado com a morte do Henry, recebeu a polícia de maneira tranquila e solícita. "O casal permanece confiante e seguro na inocência, e seguirá na mesma postura de prestar às autoridades todas as informações necessárias à elucidação desta tragédia", disse.
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O advogado de Lienel Borel disse que a polícia cumpre seu papel e que a operação "foi muito boa" para melhor esclarecer os fatos.
A Polícia Civil informou que, por meio da 16ª DP (Barra da Tijuca), realiza operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão do inquérito que investiga a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, ocorrida no dia 8 de março. Agentes foram a quatro endereços ligados ao pai, à mãe e ao padrasto da vítima.
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Ex-namorada denuncia agressão
Uma ex-namorada do vereador acusou o político de ter agredido a filha dela alguns anos atrás. Segundo ela, na época da agressão, a filha era menor de idade. Ela, que não teve a identificação divulgada não deu detalhes de como e porquê teria acontecido o crime.
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A testemunha revelou ainda que depois da morte de Henry, recebeu uma ligação do ex-companheiro. No entanto, não disse qual teria sido o teor da conversa.
Na quarta-feira (24), uma jovem, que teve a identidade preservada, falou à polícia. A adolescente seria filha da mulher que teve um relacionamento com o vereador durante dois anos. O depoimento foi registrado como denúncia de tortura. Ela revelou ter sofrido agressões do vereador quando tinha 4 anos de idade.
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A mãe da adolescente também chegou a relatar que foi agredida por Dr. Jairinho na época em que os dois se relacionavam. Ainda segundo a mulher, ela decidiu fazer a denúncia após a morte do menino Henry.
O vereador nega que tenha cometido qualquer violência.
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Corpo de menino Henry deve ser exumado
Em entrevista ao Fantástico, no último domingo (21), o advogado do pai de Henry, afirmou que estuda pedir a exumação do corpo da criança. O menino morreu no último dia 8, após ser deixado na casa da mãe, Monique Medeiros, pelo pai da criança, Leniel Borel.
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Pai e filho tinham passado o fim de semana juntos e durante a madrugada, a mãe e o padrasto, o vereador Doutor Jairinho, encontraram a criança desmaiada no chão do quarto do casal. Ele foi levado a um hospital na Barra da Tijuca, onde teve a morte constatada.
"O nosso papel como defesa do pai não é incriminar A ou B, é saber a verdade. Por que o menino morreu daquele jeito? Daquela forma?", disse Leonardo Barreto.
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O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou diversas lesões pelo corpo da criança, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado. A causa da morte seria "hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado".