Por Jenifer Alves
Rio - As mulheres abusadas pelo pai de santo preso nesta quarta-feira pela Polícia Civil eram intimidadas e ameaçadas com obras de "feitiçaria" caso contassem sobre os abusos. Segundo o advogado das cinco vítimas do líder religioso, Jeanderson Kozlowski, o homem alegava que poderia realizar os banhos espirituais nas mulheres a mando das entidades, que não viam, segundo ele, diferenciação entre sexos. Durante os rituais, ele se aproveitava para passar a mão no corpo das frequentadoras de seu barracão, mas segundo elas, em nenhum momento ele estaria incorporado.
Além das clientes, as investigações apontam que ele também abusou de frequentadoras do local quando ainda eram menores de idade. Elas seriam molestadas em festas ou em banhos de piscina. O homem foi autuado por estupro, estupro de vulnerável e posse sexual mediante fraude.
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"Algumas vítimas eram abusadas há mais de 10 anos então, elas estão bem abaladas porque isso vem se perpetuando todo esse tempo, os crimes começaram e continuaram acontecendo. Agora as vítimas estão sendo acompanhadas pelos profissionais do instituto", explicou o advogado
As vítimas procuram o Instituto Nacional de Combate a Violência Familiar (INCVF) para denunciar o líder religioso após a divulgação da campanha Maio Laranja, que tem como objetivo o combate a violência sexual infantil. Na unidade, elas foram amparadas pelos profissionais do instituto e depois encaminhadas para prestar depoimento na 35ª DP (Campo Grande). A prisão temporária do homem foi conduzida pelo delegado Davi Rodrigues. O suspeito foi localizado na Estrada de Paciência, na Zona Oeste do Rio
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Segundo a defesa das mulheres, todas as vitimas estão sendo amparadas por advogados, assistentes sociais e psicólogos do INCVF. O delegado espera que com a prisão outras vitimas também denunciem o religioso e possam prestar esclarecimentos sobre os abusos ou procurem o instituto.