Hospital Federal da Lagoa vai abrir 50 leitos de UTI para covid-19
Hospital Federal da Lagoa vai abrir 50 leitos de UTI para covid-19 Gabriel Mendes/Divulgação
Por Jorge Costa*
Rio - O sistema hospitalar no estado e no município do Rio enfrenta um dos períodos mais duros desde o início da pandemia. Na capital, o tempo médio registrado na manhã desta segunda-feira (29) para pacientes com covid-19 que aguardam uma vaga na UTI é de 20 horas na rede pública, e durante a tarde 178 pessoas aguardavam na fila de espera em busca de conseguir o tratamento contra a doença. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que até a próxima semana, em ação conjunta com o Ministério da Saúde, será feita a abertura de 557 leitos, sendo 324 de UTI no estado para diminuir a lotação na rede hospitalar.

No estado do Rio, a fila de espera por leitos atingiu o recorde no domingo (28), com 710 pessoas aguardando uma vaga de UTI na região. Este é o maior registro feito desde quando o monitoramento começou a ser realizado, em abril de 2020. Os números têm crescido diariamente. Na sexta-feira (26) eram 638 pessoas, e no sábado (27) foi para 678.
A taxa de ocupação de UTIs divulgada pelo estado nesta segunda-feira foi de 87,5%. Na capital, a ocupação dos leitos disponíveis estava em 89% no fim da tarde desta segunda-feira.
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Nesta semana, a SES informou também que foram abertos 89 leitos de UTI e 10 de enfermaria em três hospitais estaduais, e que até a próxima sexta-feira (02) a ampliação poderá chegar a 366 leitos, com parte das unidades ofertadas pela iniciativa privada, contratada pelo poder público.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da prefeitura do Rio, afirmou em nota que 153 leitos foram disponibilizados no mês de março, e que desde o início do ano, 363 novas unidades de referência para covid-19 foram abertas na rede SUS municipal.

A SMS também informou que nesta semana 20 novos leitos de terapia intensiva estão sendo abertos na cidade.

Rio enfrenta risco de falta de medicamentos do ‘Kit Intubação’

Um problema também identificado tanto na capital quanto no estado do Rio é o risco de escassez dos medicamentos que compõem o “Kit Intubação”. O temor é que esses fármacos - morfina,atracúrio e propofol - fundamentais em procedimentos para pacientes com covid-19 em estado grave, comecem a faltar em um momento de aumento da ocupação dos leitos de UTI no estado e da fila de pessoas à espera por vagas operacionais.

No estado, a SES afirmou que nesta segunda foi realizada a entrega dos medicamentos do “kit intubação” para 22 municípios do estado. A Secretaria também informou que espera receber ainda na próxima semana uma nova remessa do Ministério da Saúde, órgão responsável pelo fornecimento aos estados.

Em relação ao município do Rio de Janeiro, a SMS informou que a preocupação com a escassez desses remédios é nacional e que os estoques do medicamento estão equilibrados nas unidades hospitalares da rede municipal.

A Secretaria também disse que cabe ao Ministério da Saúde a responsabilidade pela compra e entrega aos municípios, e que há negociações em andamento para que o abastecimento dos fármacos permaneça de forma contínua.
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Em nota, o Ministério da Saúde disse que o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, esteve em São Paulo na sexta-feira (26) fechando acordos para envio de mais sedativos. A empresa MSD se comprometeu em enviar mais 545 mil ampolas. Desse total, 470 mil unidades são para os próximos 7 dias e outras 75 mil para os próximos 15 dias. Em outra reunião, ficou acordado com a empresa Achè 129 mil unidades de medicamentos para intubação. A pasta diz que a medida respeita as realidades de cada fabricante, contratos prévios e a necessidade do cidadão brasileiro.
Os medicamentos da MSD terão entrega imediata e acontecerão até o dia 1º de abril. Todos os acordos firmados até agora contemplam hospitais públicos e privados nas regiões de maior criticidade. Outra indústria, a União Química começou, na quinta-feira (25), o envio dos medicamentos para intubação acordados com o Ministério da Saúde em comitiva técnica realizada, também em São Paulo, nos dias 22 e 23/03. O primeiro lote, com 165 mil de sedativos, de um total de 1,4 milhão de unidades, chegou no depósito de Guarulhos. Assim que todas as entregas desses acordos com as indústrias chegarem aos estados, caberá aos gestores locais organizarem e distribuírem os medicamentos aos municípios e estabelecimentos de saúde, conforme demandas e realidades.

O Ministério da Saúde também firmou acordo com outras duas indústrias, a Cristália, que firmou acordo de 1,2 milhão de unidades de medicamentos para intubação, e com a Eurofarma, que acordou o envio de 212 mil unidades dos sedativos. No total, a missão da garantiu mais de 2 milhões de unidades de medicamentos que integram o chamado kit intubação para os pacientes graves e gravíssimos da Covid-19.
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*Estagiário sob supervisão de Beatriz Perez