Passageiros enfrentam atrasos e trens lotados nas estações Jardim Primavera e Gramacho
Passageiros enfrentam atrasos e trens lotados nas estações Jardim Primavera e GramachoReprodução / Redes Sociais
Por O Dia
Rio - Os trens da Supervia estão com intervalos irregulares, na manhã desta terça-feira, em vários trechos do ramal Japeri e no trecho Central-Gramacho (ramal Saracuruna). Segundo a concessionária, por conta do agravamento de furtos de cabos de sinalização, as composições precisam aguardar a ordem de circulação, uma vez que o controle, nesses casos, passa a ser feito via rádio e não de forma automática.
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A Supervia ainda informou que segue "empenhada" para reparar o sistema, de forma definitiva, no menor tempo possível. Os passageiros estão sendo avisados sobre os atrasos por meio do áudio dos trens e estações.  

Nas redes sociais, alguns passageiros reclamaram dos atrasos e do serviço prestado. "Mais de 30 minutos esperando o trem", lamentou um. 
Em nota, a concessionária informou que o intervalo do ramal Japeri foi normalizado por volta das 8h40. Já o trecho entre Gramacho e Central foi normalizado às 9h. No momento, todos os ramais operam regularmente.
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O trecho Gramacho-Saracuruna também ficou irregular, nesta manhã, devido a uma ocorrência de energia, mas o trecho já foi normalizado.
'A gente cansa mais na viagem do que no trabalho em si'
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Uma moradora de Saracuruna, que não quis identificar, contou ao DIA a saga de encarar os trens lotados e os constantes atrasos do transporte. Ela relatou que, nesta terça-feira, saiu por volta das 5h30 de casa para o trabalho, mas mesmo assim encontrou uma grande aglomeração e composições com intervalos irregulares.
"Eu moro em Saracuruna, estava na estação, mas com essa baldeação que eles criaram, a gente saí muito prejudicado, até por conta dos intervalos que são muito maiores do que os de Gramacho, isso já é um ponto negativo para gente. Eu cheguei na estação bem cedinho porque eu tinha que chegar no trabalho antes, mas a estação já estava com bastante gente esperando", contou.
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A moradora da Baixada Fluminense também contou que durante os 10 dias de pausa emergencial - de 26 de março a 4 de abril - os trens funcionaram com regularidade, sem alterações.

"Não teve furto de cabo durante essa semana de feriado. Agora que voltou já tem isso, ontem também aconteceu e teve os horários reduzidos", contou.
Ela contou que no período da noite é ainda pior. "Você sai do trabalho pensando que chegando em Gramacho vai ter um trem te esperando, mas não, às vezes precisa esperar de três a quatro trens chegarem na estação. A gente chega a esperar quase 30 minutos em Gramacho [para seguir para Saracuruna]. A noite é bem pior".
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A mulher contou que não entende o motivo da baldeação entre Saracuruna-Gramacho.  "Só faz a gente perde tempo, tem briga, disputa de lugar. Eu já cheguei a me machucar uma vez porque saltava na Central e queria sentar, um homem me deu um empurrão e eu bati com a testa no ferro", lamentou. 
Em relação à covid-19, a passageira desabafou que sente medo de contrair a doença, principalmente pelas aglomerações que precisa enfrentar no transporte público. 
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"Sempre tem gente sem máscara, a Supervia até faz os avisos sonoros, mas nem todo mundo respeita. A mídia está toda hora falando do vírus, a gente sempre conhece alguém que faleceu ou que está no hospital, e mesmo assim a pessoa continua andando sem máscara? Ou ela não tem amor à vida ou não tem amor à vida das pessoas que ela convive", lamentou. 
"A gente sente um desconforto, um medo, mas precisa trabalhar. Mesmo a gente tomando os cuidados, usando máscara, álcool, pode acontecer de pegar o vírus, ainda mais dentro do trem todo fechado. Eu só tiro minha máscara dentro de casa", contou. 
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Por fim, ela lamentou que o desgaste no transporte acaba cansando mais do que o trabalho. "A gente se cansa mais na viagem do que no trabalho em si".