Em seu relato, ao qual O DIA teve acesso, Ana Carolina contou, na 16°DP (Barra da Tijuca), que arrumava as malas quando recebeu a ligação de uma mulher. Ela se dizia amante de Jairinho e afirmou que ele iria ao seu encontro, naquele momento. Ana Carolina, então, foi em direção a Jairinho, que estava saindo de casa em seu carro, e pegou o telefone de suas mãos. Ao constatar que ele falava com a mulher pelo aparelho, resolveu terminar a relação.
"Que iniciou-se uma discussão, tendo a declarante afirmado que não iria mais viajar, começando a desfazer sua mala; Que JAIRINHO foi tomar banho e, ao sair e perceber que a declarante desfazia suas malas, retomaram a discussão e então JAIRINHO a agrediu fisicamente; Que indagada em que consistiram as agressões, a declarante afirma que o que se recorda com precisão é de chutes na canela", diz trecho do documento.
Ana Carolina, que é pedagoga e nutricionista, contou que sua relação com Jairinho durou 21 anos, entre 1998 e 2019. O casamento oficial ocorreu após 15 anos de relacionamento, em 2013, data da agressão. Na ocasião, ela chegou a registrar o caso na delegacia e fazer exame de corpo de delito, mas voltou atrás.
Após a agressão, o casal ficou separado por seis meses, mas retomou o relacionamento, que gerou dois filhos e sempre foi marcado por traições de Jairinho.
Ainda no depoimento, Ana Carolina disse que Jairinho nunca agrediu os filhos do casal e que o episódio de agressão física foi o único. No entanto, o casal discutia verbalmente muito alto, o que chamava a atenção dos vizinhos. Uma dessas discussões foi tão intensa que os vizinhos chegaram a denunciar o casal para o Conselho Tutelar, em junho de 2019. Em novembro do mesmo ano, eles se separaram em definitivo.
Henry Borel
A ex-mulher de Jairinho, Ana Carolina, também rebateu a versão da defesa de que os seus filhos eram amigos de Henry - uma estratégia dos advogados para passar a ideia de que o casal vivia em harmonia.
Ela disse que uma assessora de Jairinho pediu que ela escrevesse uma carta para "ajudá-lo no processo" que apura a morte de Henry. Além disso, pediu fotos que amantes passavam para o celular dela.
O vereador Jairo e sua atual companheira, Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, estão presos por serem os principais suspeitos da morte do menino, no dia 8 de março. A perícia mostrou que morreu devido a um espancamento
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