O geólogo Mário Silva, gerente regional da Zona Oeste, da Secretaria de Meio Ambiente
O geólogo Mário Silva, gerente regional da Zona Oeste, da Secretaria de Meio AmbienteFabio Motta / Prefeitura do Rio / Divulgação
Por O Dia
Para preservar a natureza, muitas vezes as equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente têm que atuar em áreas controladas por criminosos, que comandam desmatamentos florestais e construções irregulares de imóveis. Uma atividade que exige treinamento e até apoio das forças de segurança. Mas nada disso impede a realização desse trabalho e, nos primeiros cem dias de gestão da pasta, foram mais de 30 ações especiais de restauração ambiental em todas as regiões da cidade.
Em geral, as equipes atuam com base em denúncias recebidas por meio da Central 1746 e de ofícios enviados pelo Ministério Público e pela Justiça e vão às ruas checar o que está ocorrendo. Os fiscais da secretaria podem embargar e interditar obras e até recomendar a demolição de construções em áreas desmatadas. Os profissionais também acompanham processos de licenciamento ambiental em grandes obras.
Publicidade
"É muito trabalho. Há muitas obras industriais em áreas como Campo Grande, Santa Cruz, e é a secretaria que fiscaliza essas atividades, em casos de pedido de licenciamento ambiental", conta o geólogo Mário Silva, gerente regional da Zona Oeste da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Mário ressalta que o trabalho da fiscalização é árduo, pois o ritmo de invasões é grande na cidade, e a secretaria trabalha para desacelerar esse processo, que tem impacto direto na preservação da qualidade ambiental. "O desmatamento cria ilhas de calor, por exemplo. Combater esse tipo de crime é fundamental."
Publicidade
Mas agir nessas situações requer estratégia e até apoio da Polícia Militar. Isso faz com que uma operação de demolição de construção irregular seja mais lenta do que o previsto, segundo Mário.
"A equipe precisa se proteger, saber até onde pode ir. Já tivemos cursos de água interrompidos por causa de construções ilegais, casas erguidas em margens de rios. Antes de irmos ao local para vistoria, pesquisamos a área, verificamos se é de baixo risco ou não, que órgãos vamos precisar para apoio. E é comum fiscais sofrerem intimidação, serem observados, perceberem a movimentação de carros e motocicletas. E sempre o bom senso precisa prevalecer. Se não conseguir prosseguir com uma operação, cancela, avalia melhor e volta com maior aparato."
Publicidade