Delegado confirmou que ex-namorada de Jairinho mudou versão e disse que vereador a agrediu e também bateu em seu filho
Delegado confirmou que ex-namorada de Jairinho mudou versão e disse que vereador a agrediu e também bateu em seu filhoCarolina Freitas / Agência O Dia
Por Carolina Freitas
Rio - Débora Melo Saraiva, de 34 anos, uma ex-namorada do Dr. Jairinho (sem partido) chegou por volta das 14h40 desta sexta-feira na 16ª DP (Barra da Tijuca) para prestar um novo depoimento sobre a morte do menino Henry Borel. Ela é a terceira testemunha que resolveu mudar sua versão sobre o caso. Anteriormente, a babá da criança, Thayná Oliveira, e a empregada doméstica da mãe do menino, Leila Rosângela, já tinham prestado outros esclarecimentos à polícia, só que desta vez, com informações diferentes do primeiro depoimento. Débora confirmou ter sido agredida por Jairinho e relatou ainda que o vereador também batia em seu filho.

O depoimento durou cerca de três horas. Ela saiu pela porta dos fundos da delegacia e não falou com a imprensa.

O delegado Antenor Lopes Martins, diretor do DGPC (Departamento Geral de Polícia da Capital), disse à imprensa que Débora confirmou que era agredida pelo vereador, com quem ela namorou durante seis anos, entre idas e vindas. Além disso, a ex-namorada relatou que Jairinho também batia em seu filho, que na época tinha apenas 3 anos de idade.
"Ela relatou violência contra a criança. Isso vai ser apurado na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Esse fato acabou de ser trazido ao conhecimento da autoridade policial", disse Antenor.

Ainda segundo o delegado, uma câmera que foi achada no quarto de Henry não chegou a ser instalada. Ela teria sido comprada por Leniel Borel, pai da criança.

"Nós verificamos que essa câmera não chegou a ser utilizada. Ela sequer saiu da caixa. Não tinha nenhum indicativo de utilização".

Antenor afirmou que espera que a investigação termine até sexta-feira da próxima semana. "Queremos que termine o mais rápido possível para que isso tudo seja encaminha ao Ministério Público (MP). Já julgamos ter elementos suficientes. Vamos fazer uma reunião no início da semana que vem com investigadores e peritos aqui da Barra para podermos acertar alguns detalhes que ainda estejam pendentes e em seguida analisar todas as provas para poder finalmente apresentar um relatório final ao Ministério Público e ao Poder Judiciário".

Sobre Monique Medeiros, o delegado disse que será analisado se é necessário um novo depoimento para ouvir novamente a mãe de Henry.

"Provavelmente na semana que vem vai ser decidido se terá uma nova oitiva da Monique. Nós julgamos já termos conseguido colher provas muito contundentes, mais do que suficientes para que isso seja levado à Justiça".

Antenor afirmou que a versão de Monique Medeiros foi "completamente desmontada pelos fatos". "A versão inicial não está mais de pé quando comparada com todas as provas periciais e outros depoimentos e documentos colhidos. Nada justifica essas agressões a uma criança de 4 anos de idade. Elas aconteceram e foram múltiplas".

Ao ser perguntado se Monique foi coagida por Jairinho a mentir para a polícia, o delegado afirmou que nada indica que ela estava sendo ameaçada pelo parlamentar.

"Nós não colhemos nenhum meio de prova nesse sentido. Até aqui não existe nada na investigação que indique que a Monique estava sendo ameaçada ou estava sob coação. Se ela apresentar outra versão daqui pra frente, cabe ao delegado que preside o inquérito entender se é necessário ou não ouvi-la aqui (16ª DP), ou se ela vai prestar esse esclarecimento em juízo durante um eventual julgamento", finalizou.