Após 57 anos, Viação Acari anunciou fim das atividades na última quarta-feira
Após 57 anos, Viação Acari anunciou fim das atividades na última quarta-feira DIVULGAÇÃO VIAÇÃO ACARI
Por O Dia
Rio - Um levantamento do Sindicato das Empresas de Ônibus (Rio Ônibus) demonstrou que, ao longo dos últimos seis anos, 21 mil rodoviários ficaram desempregados na cidade. Segundo o Sindicato, as demissões são resultado da crise financeira instalada na cidade desde 2015 e intensificado desde o início da pandemia. Desde o início da crise sanitária, mais de seis mil colaboradores foram demitidos por falta de recursos para pagamentos de salários e custeio da operação.
A Rio Ônibus destacou que, no mesmo período, 16 empresas fecharam as portas por conta do desequilíbrio econômico financeiro do setor, que segundo o Sindicato não conta com auxílio do Poder Público para enfrentar a queda no número de passageiros pagantes.

Atualmente o setor conta com 19.000 funcionários, menos da metade do que tinha em 2015. De acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus de Janeiro, este número deverá aumentar, caso o poder concedente não apresente soluções para as deficiências nas regras de custeio da operação e manutenção do transporte público rodoviário.

"A cidade passa por um grande problema estrutural e sistêmico, que tende a levar outras empresas a fecharem as portas. Com isso, passageiros ficam sem ônibus e mais rodoviários sem emprego a cada ano. O setor pede ajuda sistematicamente ao Poder Público e alerta a sociedade sobre suas necessidades e deficiências. Sofremos os impactos da mesma forma que toda a economia, mas sem nenhuma compreensão ou ajuda dos governos", disse Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.
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Paulo Valente afirma este é o momento de dar vida ao debate amplo sobre a reorganização do transporte público, envolvendo sociedade civil, Ministério Público, especialistas, Judiciário e integrantes dos poderes Executivo e Legislativo municipais.

A Rio Ônibus também destacou que diversos fatores contribuíram para o total desequilíbrio no planejamento da mobilidade urbana carioca.
"Há muitos item a serem levados em conta, como a falta de auxílios emergenciais do governo desde o início da pandemia; o aumento sem controle e sem fiscalização das vans que fazem o transporte clandestino e dos veículos de aplicativos sem regulamentação; além da queda na receita das empresas de ônibus em pelo menos 50%; que se somam a questões crônicas, dentre as quais o não ressarcimento pelas gratuidades (20% do total de pessoas transportadas)".
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O sindicato também alertou para o congelamento da tarifa em R$4,05 e sobre as más condições das vias, além da falta de investimentos em segurança pública, que resulta em vandalismo, incêndios, paralisações e sequestros de veículos por criminosos em diferentes pontos da cidade.