Em Copacabana, manifestantes se reuniram na manhã deste sábado (1) contra as restrições impostas por prefeitos e governadores
Em Copacabana, manifestantes se reuniram na manhã deste sábado (1) contra as restrições impostas por prefeitos e governadoresLuciano Belford/Agencia O Dia
Por Jorge Costa*
Rio - Em meio a pandemia, diversos atos pró-Bolsonaro ocuparam as ruas em pontos da Região Metropolitana do estado como manifestação que acontecem neste sábado (1), no dia do trabalhador, data historicamente ligada à mobilizações de grupos que se identificam com a esquerda.

Provocando aglomerações intensas, as manifestações foram registradas em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e carreatas foram registradas no Centro da Cidade e na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Grupos contrários ao presidente Bolsonaro também realizam manifestações em frente a sede da Cedae, no Centro da Cidade.
As manifestações acontecem dois dias depois do país ter alcançado 400 mil mortes provocadas pela covid-19. Os protestantes foram às ruas nesta manhã contra as medidas restritivas adotadas pelos prefeitos e governadores, no Rio e também nas principais cidades de outros estados. Os grupos são críticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), defendem o voto impresso e os mais radicais são favoráveis à intervenção militar.
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No twitter, o slogan “EuAutorizoPresidente” (sic) está entre um dos mais comentados pela rede social no momento. No dia 14 de abril, Bolsonaro disse que aguardava uma sinalização da população para “tomar providências na pandemia”, sem especificar quais seriam as medidas, e disse “eu faço o que o povo quiser que eu faça”.

Em seguida, afirmou que haveria uma crise enorme no país mencionando indiretamente a ministra Cármen Lúcia, do STF, após ela pedir à corte do tribunal o julgamento de de uma notícia-crime contra Bolsonaro por suspeita de genocídio de indígenas durante a pandemia.
Em Icaraí, no município de Niterói, também foi identificado manifestações bolsonaristas. Já em Copacabana, além dos protestos, banhistas também foram flagrados desrespeitando o decreto prorrogado da prefeitura que proíbe a ocupação das faixas de areia e da água. 
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Especialista classifica manifestação como 'inapropriada' e 'irracional'
Procurada pelo DIA, a pesquisadora em saúde e membro do comitê de combate ao coronavírus da UFRJ, Chrystina Barros, afirmou que, neste momento, se manifestar nas ruas é um risco, pois o vírus pode se disseminar com mais facilidade e existe o risco até mesmo de comprometer a eficácia da vacina.
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“O direito à manifestação, sem dúvida, deve ser preservado. Mas os protestos devem ser feitos em casa de maneira segura. São [essas] pessoas que arriscam as suas vidas e assim mantém o vírus se disseminando. É lamentável que as pessoas não consigam entender que elas devem se manifestar mas sem colocar em risco a vida”, disse.

A especialista também classificou a manifestação como “inapropriada” e “irracional”.

"Este tipo de manifestação é totalmente inapropriada. No aspecto biológico, lugar melhor não há para a franca disseminação da doença. No sentido social, o retrato explícito do porque estamos batendo recordes triste de mortes a cada dia. Uma atitude irracional e cega, de quem não respeita o valor fundamental da vida", concluiu.
*Estagiário sob supervisão de Gustavo Ribeiro