Embarcação passou a afundar ao longo do tempo
Embarcação passou a afundar ao longo do tempoArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - Moradores de Paquetá pedem a retirada de duas embarcações ancoradas na entrada da Ilha há cerca de seis anos. Um dos catamarãs começou a afundar, mas, nesta terça-feira (18) foi estabilizado pela Capitania dos Portos pelo plano de reflutuação, de acordo com a Associação de Moradores de Paquetá (Morena).

Segundo o diretor-geral da Morena, Guto Pires, as embarcações nunca foram utilizadas pelos moradores da Ilha, mas faziam um serviço de viagem rápida que transportava cerca de 30 passageiros em menos de uma hora. O píer onde elas estão ancoradas foi construído há cerca de 20 anos.

“O serviço terminou, o píer ficou sem utilidade e de repente apareceram, há seis anos atrás mais ou menos, essas duas catamarãs ancoradas aqui. Nós temos um sentimento de orgulho de ser um bairro que é visitado e querido pelos cariocas. Passar ali todos os dias, olhar para aquilo, há anos é um desgosto para nós. Nós não somos o lixo da Baía, que qualquer um vem aqui e coloca sua embarcação inativa”, desabafou o diretor.

Para Pires, além de prejudicar o turismo, que é principal fonte de economia da região, por atrapalhar a vista da Ilha, as embarcações e píer colocam em risco a segurança dos banhistas, em especial das crianças, que brincam nos catamarãs deteriorados, que já foram alvos de grafiteiros.

“Elas ficam exatamente no cartão de visita da chegada dos turistas à Ilha. Quem vem pela barca de passageiros, antes de ver a paisagem, vê aquelas duas embarcações gigantes, visivelmente deterioradas. Crianças brincam com barquinho e muitas vezes sobem na embarcação para pular e mergulhar, passam com suas canoinhas pelo tunelzinho que tem embaixo da embarcação. A qualquer momento, o píer vai desabar ou uma embarcação vai afundar e acontecer uma tragédia. Só depois vão tomar uma providência.”

Ainda de acordo com o representante da Morena, a Capitania dos Portos colocou em prática um plano de reflutuação nesta terça. Durante a tarde, segundo ele, a embarcação foi estabilizada com o apoio de uma lancha, um barco e de um mergulhador. “Ninguém que vive de turismo gosta de ter no seu cartão de visita uma mancha daquela, só faz aumentar a impressão do descaso dos poderes públicos com Paquetá”, lamentou Guto.
Em nota, a Secretaria de Estado de Transportes informou que as embarcações não pertencem ao Governo do Estado, nem à frota da atual concessionária. A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informou que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) fiscaliza regularmente as águas da Baía de Guanabara com suas equipes de inspeção naval para garantir a segurança da navegação, a proteção da vida humana no mar e a prevenção da poluição ambiental provocada por embarcações.
Publicidade
"Qualquer embarcação fundeada ou atracada em um porto ou estaleiro é de responsabilidade do seu proprietário, armador ou preposto, independentemente de seu estado de conservação. Somente no caso de uma embarcação provocar situação que ofereça perigo à navegação ou risco de poluição hídrica, a CPRJ, como Agente da Autoridade Marítima local, providenciará, com a brevidade adequada, a notificação para a adoção de todas as medidas que eliminem aquele determinado risco", disse a nota. 
A Marinha também esclareceu que "durante este processo, a MB acompanha todas as etapas até a regularização da situação. Se um proprietário, armador ou seu preposto deixar de atender às determinações da Autoridade Marítima, esta poderá apreender a embarcação e iniciar o seu processo de perdimento, providenciando um destino seguro."
Publicidade
Ainda segundo a MB, no dia 5 de maio, a Capitania realizou inspeção na embarcação Jumbo Cat, na Ilha de Paquetá, mas não identificou, até o momento, situação que implique no comprometimento da segurança da navegação ou de risco à poluição hídrica.
"Foi emitida notificação ao proprietário para que preste esclarecimentos e providencie a reflutuação da embarcação. O proprietário participou à CPRJ que contratou uma empresa especializada para essa operação e apresentará o plano para reflutuação, em conformidade com as Normas da Autoridade Marítima. Ressalta se que a MB e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) permanecem acompanhando o caso, atuando dentro de suas respectivas competências", completa a nota. 
Publicidade

 
Publicidade