"Esse amor, saudável e real, também traz dificuldades compartilhadas e, por isso mesmo, exige compreensão"Arte: Kiko

Por ANA CARLA GOMES
Não é a comparação mais romântica, admito, mas o amor tem muito a ver com os passeios de buggy. Sim, aqueles mesmos das areias da Praia de Genipabu, em Natal. Imaginem dois turistas, já a postos para a aventura, diante do famoso dilema: "Com ou sem emoção?". Nas relações também é assim, mas a pergunta não fica escancarada em palavras. É revelada de forma sutil, através de sinais.
Especialmente no início, a relação é uma mistura de sentimentos. Como na descida nas dunas, em que não sabemos o que fazer. São olhos fechados, friozinho na barriga, gargalhadas e... mãos soltas em direção ao céu, já estamos amando! Passada a paixão arrebatadora, um amor saudável nos mostra que o passeio deixa de ser uma gangorra de sensações. Vira também calmaria e porto seguro. Talvez passe a ansiedade inicial pela chegada da mensagem carinhosa de 'bom dia', mas precisamos resgatar a importância diária da saudação ao vê-la ou ouvi-la. E reconhecê-la como única.
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O amor continua sendo um belo passeio de mãos dadas, lado a lado. Mas permite que cada um faça seu caminho próprio, sem perder o respeito da relação, contando as experiências dos percursos traçados. Esse amor, saudável e real, também traz dificuldades compartilhadas e, por isso mesmo, exige compreensão.
Quem ama pode até estar num buggy e abrir mão de um trajeto com mais adrenalina, ao ver que o seu par passa por um momento mais temeroso da vida. Ou dar as mãos e transmitir a confiança necessária para atravessar a turbulência. Sem que a essência seja arranhada. A qualquer momento, no entanto, os dois podem se entreolhar, sorrir e nem será preciso verbalizar a resposta. Já há tanta cumplicidade que o casal sabe que o amor está vivo.
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E, nesse embarque pelo coração, não adianta apenas um ser intenso e o outro acionar o freio para conter a adrenalina do afeto. Existe, sim, um lindo amor-próprio, mas o que festejamos no próximo sábado, Dia dos Namorados, é uma viagem que só acontece através da cumplicidade.