No IML a família de Kathlen Romeu, de 24 anos, baleada na cabeça, estava grávida de 14 semanas. Na foto Jacklline de Oliveira Lopes mãe de KathlenDaniel Castelo Branco

Por O Dia
Rio - A mãe da designer de interiores Kathlen Romeu, que morreu após ser baleada durante tiroteio na tarde de terça-feira, no Complexo do Lins, rebateu a versão dada pela Polícia Militar de que o tiro não partiu de policiais. Jacklline de Oliveira esteve no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (9) para liberar o corpo da jovem de 24 anos, que estava grávida. Mais cedo, o porta-voz da PM, Major Ivan Blaz, disse em entrevista à TV Globo que o tiro não partiu de PMs.
Emocionada, Jacklline, em tom firme, disse ter certeza de que a bala partiu dos policiais que confrontavam traficantes da comunidade. "Se minha filha fosse morta por bandido, não falaria nada com vocês (imprensa). Sei que moro num lugar que eu não poderia falar. Ficaria na minha. Mas foi a polícia quem matou a minha filha. Foi a PM que tirou minha vida, meus sonhos", afirmou a mãe de Kathlen, que citou nominalmente a fala do major Ivan Blaz.
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"Não tem que matar mais filho de ninguém. Mate bandido. A gente paga imposto para a polícia treinar. Quem dá tiro a esmo é bandido. Policial dá tiro com mira. Avise ao major Blaz: hoje eu vi a fala dele na televisão, e o major Blaz mentiu. A PM sempre passa pano. Se eu tiver força, tiver vida, isso não vai ficar em vão", disse a mãe.
"Essa bagunça está no Lins há muito tempo. No dia 24 de abril eu saí de lá. Desde então eu não vou lá porque a minha mãe pedia (para não ir). Todo mundo relata tiroteio. A polícia não foi recebida a tiros. Quem foi recebida a tiros foi a minha filha", completou.
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Em nota, a Polícia Militar informou que os militares foram atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como “Beco da 14”, dando início ao confronto. Com o fim dos disparos, encontraram uma mulher ferida e a socorreram. Os PMs realizaram buscas na região e apreenderam um carregador de fuzil, munições de calibre 9 milímetros e drogas. A Polícia Civil informou que irá investigar o caso. "Testemunhas serão ouvidas e diligências realizadas para esclarecer todos os fatos e identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima."
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Porta-voz: tiro não partiu da PM
Em entrevista à TV Globo, o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, afirmou que o tiro que matou Kathlen Romeu não partiu das armas usadas pelos policiais, e garantiu que não havia nenhuma operação no momento dos disparos.
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Ivan Blaz afirmou que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins foram atacados por traficantes. Segundo o porta-voz, os PMs foram os primeiros a chegar no local em que Kathlen estava. De acordo com ele, os militares disseram que não foram os responsáveis pelos disparos que mataram a jovem.
"Cabe ressaltar que os policiais fizeram de tudo para socorrer a moça. Eles foram os primeiros a chegar no local. Eles tentaram reanimar, a socorreram para o hospital, mas infelizmente ela faleceu. Os policiais lutaram até o fim pela vida dela", afirmou em entrevista à TV Globo.
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"Mais uma vez estamos lidando com um ataque gratuito desses criminosos. É a mesma facção que atua na Providência, no Jacarezinho, que tem por comportamento gratuito atacar policiais. É bom explicar que não houve operação", finalizou.