CPI da Intolerância religiosaFoto: Reprodução da Internet

Por O Dia
Rio - A Alerj pedirá à Polícia Civil as ocorrências de crimes de intolerância religiosa que aconteceram no Rio. O pedido da CPI tem o objetivo de identificar pessoas que estimulam os discursos e as práticas criminosas. Em audiência virtual, parlamentares que fazem parte da comissão ouviram, nesta quinta-feira, representantes do Candomblé e da Igreja Católica.
" Ficou claro nos depoimentos acolhidos que existem pessoas que exercem a liderança para disseminação do ódio em razão da religião. Portanto, a CPI oficiará a Polícia Civil para buscar informações sobre a prática de condutas descritas no artigo 208 do Código Penal, bem como na lei que trata de racismo em razão de religião, raça ou etnia. Temos absoluta certeza que é necessário identificar essas lideranças como forma de enfrentar o racismo religioso", afirmou a deputada Martha Rocha (PDT).
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Coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), Mãe Nilce Naira contou como as perseguições têm prejudicado a vida dos que seguem religões de matriz africana.
“O racismo religioso é um determinante social para nossa saúde. Machuca, adoece e nos mata. O que está acontecendo com nosso povo é inadmissível. Sabemos que, quando uma pessoa herda o sagrado e vai construir seu templo sagrado, é uma luta grande. Ver o barracão ser destruído nos dói. O terreiro é um espaço de acolhimento e escuta. Muitas mulheres vítimas de violência doméstica vêm ao terreiro antes de ir à delegacia", contou.
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O padre Vitor Pimentel afirmou que agressões motivadas por intolerância religiosa têm se intesificado. "Para quem é autenticamente religioso, nada dói mais que ver o seu sagrado vilipendiado, destruído, zombado. Se antes o estado praticava intolerância, hoje a ´guerra santa´ é entre os particulares. Em certas comunidades do Rio, a pessoa não pode sair de casa com uma camiseta de São Jorge, cultuado pelos católicos e pelos umbandistas, pois vem um integrante do tráfico e avisa que é proibido", relatou.
O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT) acredita que é preciso investir no ensino do respeito de crianças e adolescentes às diferentes religiões.
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"A questão da formação das lideranças religiosas também é fundamental. Liderar uma comunidade religiosa e espiritual exige uma formação densa. É igualmente importante levar o tema da intolerância religiosa às escolas", disse.