Por O Dia
Rio - O prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, lançaram nesta quarta-feira, no Museu de Arte do Rio (MAR), o Aprendiz Cultural, programa inédito que vai oferecer renda e formação em sua primeira etapa para 500 jovens, de 18 a 24 anos. Cada um vai receber bolsa-auxílio mensal de R$ 800 e vale-transporte para fazer os cursos de preparação ministrados em equipamentos culturais do município.

Em seu discurso, Paes elogiou o programa e anunciou que vai ampliar os recursos para o Aprendiz Cultural. De acordo com o Paes, o programa inicialmente elaborado para atender 500 jovens terá uma ampliação na oferta de vagas.

"É uma honra estar aqui. Mas a gente precisa agir em escala, 500 (jovens) é um número muito baixo. Estou aqui dando mais dinheiro, não sei nem quanto é, para a gente poder agir olhando para um público ainda maior. É importante aumentar o número de jovens a ser atendido por esse programa nos próximos anos. É uma das melhores ideias que vi nesses seis meses à frente da Prefeitura", disse o prefeito
Eduardo Paes lembrou que a cultura é um setor importante para o desenvolvimento econômico da cidade do Rio. Principalmente, porque é uma área que tem a capacidade de atingir e alavancar as demais.

"A cultura tem um viés econômico muito forte, ela é fundamental para uma cidade como o Rio de Janeiro. Esse programa consegue juntar a dimensão econômica, de formação de mão de obra qualificada, com um olhar para uma juventude da periferia que está sem perspectiva, fazendo com que esta atividade econômica cresça mais ainda", ressaltou.

Durante 12 meses, os alunos vão aprender técnicas de luz, som e gestão por meio de capacitação teórica e prática para o mercado cultural. O público-alvo é formado por jovens que não possuem emprego formal ativo e que não tenham concluído o ensino médio. Para participar é preciso ser morador do Rio há, pelo menos, três anos, e preferencialmente oriundo de favelas, periferias, subúrbio e estar em situação de vulnerabilidade social.

"Na Cultura, ninguém fica para trás, muito menos os jovens. Será um ano de aprendizagem nas áreas de luz, som e entre outras, para depois eles estarem preparados para trabalhar em grandes eventos. A cultura não é só para artistas", ressaltou o secretário de Cultura, Marcus Faustini, que tem percorrido bairros do subúrbio carioca ao lado de agentes culturais locais para dialogar sobre as mudanças necessárias nas políticas de cultura. A intenção é a de torná-las mais democráticas e inovadoras para recolocar o Rio como uma das capitais de cultura do país.

Na primeira fase, a Secretaria Municipal de Cultura vai lançar um chamamento para organizações da sociedade civil. As secretarias de Juventude e de Políticas e Promoção da Mulher serão parceiras do programa. Além disso, haverá a possibilidade de fazer o curso on-line. A meta é formar, até 2024, cinco mil novos profissionais para o setor cultural da cidade de forma virtual.

Desemprego entre os jovens cresceu na pandemia

Os jovens estão entre aqueles que mais sentiram os efeitos da pandemia da covid-19. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise, os jovens de 15 a 29 anos são 13% a mais em relação à taxa de desemprego.

"A cultura carioca, além de ser um celeiro de artistas, é também um caminho de profissionalização para a juventude. O carnaval, por exemplo, além do desfile, possui diversos profissionais que trabalham para dar vida ao longo do ano à maior festa cultural carioca. Operar som, luz e fazer gestão cultural são algumas das formações profissionais possíveis", explicou Faustini.

Calendário do programa

1ª semana de julho: seminário online para organizações da sociedade civil conhecerem o programa;

2ª quinzena de julho: lançamento do edital para escolha de organização da sociedade civil que executará o programa Aprendiz Cultural;

Agosto/setembro: escolha da organização da sociedade civil;

Outubro: início do projeto