Conselho de Ética vota cassação de mandato do vereador JairinhoDaniel Castelo Branco

Por Aline Cavalcante
Rio - A Câmara Municipal de Vereadores do Rio decidiu, na noite desta quarta-feira, pela cassação do mandato de Jairo Souza Santos Júnior, Dr. Jairinho (sem partido), por quebra de decoro parlamentar. Preso desde abril, Jairinho é acusado de torturar e matar o enteado, Henry Borel, de apenas 4 anos, no apartamento onde vivia com a mãe da criança, Monique Medeiros — também presa pelo crime. Antes mesmo de a sessão que analisa o pedido de cassação do parlamentar entrar no assunto principal, um embate entre Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o líder do PSOL, Tarcísio Motta, deixou os ânimos exaltados.
O bate-boca começou quando Tarcísio Motta defendia a colega de partido Mônica Benício, que apresentou projetos para homenagear os políticos de esquerda Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL). Carlos Bolsonaro pediu verificação de quórum, mas perdeu e os vereadores tiveram que votar. As duas medalhas propostas de Mônica foram aprovadas.
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Tarcísio pediu a palavra para defender que não cabe aos vereadores organizar a pauta de votações, que não foi culpa de Mônica as homenagens serem apreciadas num dia tão tenso, quando foi interrompido por Carlos Bolsonaro, que chamou o adversário de "mau caráter" e "mentiroso". "Você não tem o direito de interromper minha fala. Logo o vereador que nunca participa dos debates", disse já exaltado, o pessolista.
Câmara dos Vereadores aprova cassação de Dr. Jairinho
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Por votação unânime, com 49 votos, a Câmara Municipal de Vereadores do Rio decidiu, na noite desta quarta-feira, pela cassação do mandato de Jairo Souza Santos Júnior, Dr. Jairinho (sem partido), por quebra de decoro parlamentar. Essa é a primeira vez que um vereador eleito terá seus direitos políticos anulados pela Casa. Com a decisão, Jairinho se torna inelegível por oito anos
Com atraso de cerca de 30 minutos, a sessão extraordinária começou com o vereador Carlo Caiado (DEM) lendo um parecer sobre a cassação de Jairinho. "A Casa assegurou a manifestação da defesa, sendo a terceira hoje. Foram respeitados todos os procedimentos. É um momento difícil, mas não iremos nos isentar da nossa responsabilidade", afirmou.
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A defesa, que tinha duas horas para se manifestar em plenário, usou menos de trinta minutos para alegar não haver provas de que Jairinho matou a criança nem que cometeu tráfico de influência. Também apelou que o caso não transitou em julgado e o comparou ao do presidente Lula, que ficou preso e depois teve todos os processos anulados pelo STF. Berilo da Silva Martins Netto, advogado de Dr. Jairinho, enumerou as qualidades do parlamentar. "Sempre foi carinhoso, caridoso, dócil, gentil e querido. Sempre teve em seu rol de amigos e no parlamento admiradores. Um homem de hábitos simples. Em Bangu ainda é querido pela população. Basta andar nas ruas do bairro", relatou.