Homem dá coronhadas em vizinho por supostos barulhos no andar de cima. Caso aconteceu em condomínio na BarraREPRODUÇÃO DE VÍDEO/AGÊNCIA O DIA

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Yuri Eiras
Rio - Supostos ruídos no andar de cima e as brincadeiras de uma criança de dois anos teriam sido as motivações de um policial penal para arrombar a porta do apartamento da família, agredir o vizinho com socos e coronhadas, e apontar uma pistola contra ele. O homem, agente da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) fora do horário de serviço, teria cometido as agressões na última segunda-feira (12) após uma discussão no condomínio, localizado na Barra da Tijuca. O caso foi registrado na 32ª DP (Taquara) e ele chegou a ser preso, mas foi solto após pagar fiança e responderá em liberdade.
Enquanto isso, o analista de sistemas Leandro Citro, agredido na frente da esposa e da filha, tem medo de voltar para o apartamento e passa dias na casa de um familiar. Ele levou pontos na cabeça por conta das coronhadas e tem hematomas no olho. Para Leandro, no entanto, o mais doloroso tem sido o sentimento de impotência. "Eu esperava a morte", diz o analista.
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"Ele morava embaixo do meu apartamento e sempre reclamava que tinha ruído. Eu tenho uma filha de dois anos, e às vezes cai um brinquedinho, ou outro. Ele reclamava publicamente em grupos de WhatsApp, mas nunca veio até a gente para conversar", afirma Leandro. 
Na última segunda, por volta das 23h, o policial penal tornou a reclamar do barulho. Leandro afirma que já estava dormindo com a filha. "Ouvi ele gritar na janela que ia levar uma bala para a gente. Ele tocou a campainha. Vi pelo olho mágico um homem, mas ele não parecia portar uma arma. Quando eu abro a porta, ele põe a arma na minha cara. Tentei fechar a porta, medi forças com ele, mas ele conseguiu arrombar".
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A briga, então, foi para o corredor, despertando vizinhos e seguranças do condomínio. Nas imagens das câmeras de segurança, as quais O DIA teve acesso, é possível ver que o homem empurra Leandro e a esposa, sempre com uma pistola na mão. Após alguns minutos de confronto corporal, o analista de sistemas conseguiu tomar a arma do policial penal e levou até a portaria, mas deu de cara com o vizinho no elevador ao retornar para o apartamento. Neste momento, o agressor já estava com uma segunda arma.
"Nesse segundo momento, ele me deu coronhadas, tapas na cabeça. Senti uma terrível sensação de impotência. Eu esperava a morte. Ele apontou a arma para mim e minha reação foi correr. Achei realmente que ele fosse atirar pelas costas".
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De acordo com a 32ª DP (Taquara), o homem foi preso pelos crimes de ameaça, lesão corporal e invasão de domicílio. Após pagar fiança e ter a arma apreendida, foi liberado e responderá em liberdade.
A Seap informou que o agente está respondendo a um processo administrativo disciplinar por conta do ocorrido. "Esclarecemos, ainda, que durante as investigações, o mesmo permanecerá afastado da atividade fim", informou a pasta.
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