"Costumamos reparar em nós mesmos para saber se saímos fotogênicos, e os comentários são os mais diversos: 'Ainda estava me ajeitando', 'Eu pisquei', 'Estava falando na hora da foto'."Arte Kiko
Diga xis! Uma viagem pelas lembranças das fotografias em grupo
"Neste momento, os pensamentos também vão se juntando na minha memória, como se quisessem aparecer todos aglomerados nas lembranças"
Num dia desses, uma foto no Instagram me chamou particularmente a atenção. Era o registro de seis pessoas no sofá de casa, além de uma cachorrinha, que por pouco não ficou de fora do clique. "Depois de mais de um ano e duas doses de vacina, finalmente revendo a família", dizia a legenda. Imediatamente, aquela imagem ativou lembranças do bom e velho "tudo junto e misturado", que volta e meia aparece saudoso no coração da gente.
Nas boas épocas de aglomeração, costumávamos pedir a alguém que fizesse o clique da turma toda. A voz do fotógrafo escolhido lutava para não ser abafada pelo falatório do grupo à sua frente: "Chega mais um pouco pra direita, você vem pra esquerda". No meio da bagunça, lá vinha a pergunta: "Está todo mundo aparecendo?".
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A selfie veio, então, para rebatizar o que chamávamos de autorretrato. E ninguém ficou de fora. Instantaneamente, eu me lembro do famoso aglomerado de sorrisos das celebridades de Hollywood na festa do Oscar de 2014. Também me vem à memória Fabi, que fez história como uma das melhores líberos do vôlei, e virou craque nesse tipo de registro. Baixinha para o seu esporte, ela conseguia enquadrar todo o seu time ao fundo, festejando mais uma conquista.
Das máquinas fotográficas para os celulares, o temporizador apareceu para fazer magia com o seu disparo automático após poucos segundos. E, na hora de conferir a imagem, fica difícil agradar a todos. Costumamos reparar em nós mesmos para saber se saímos fotogênicos, e os comentários são os mais diversos: "Ainda estava me ajeitando", "Eu pisquei", "Estava falando na hora da foto".
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Neste momento, os pensamentos também vão se juntando na minha memória, como se quisessem aparecer todos aglomerados nas lembranças. Afinal, na saudade de estarmos juntos cabem brindes, abraços apertados, sentimentos... E, é claro, um clique bem populoso. Quando ele for liberado, eu até me prontifico a ficar na pontinha dos pés e sair lá no fundo da foto. Valerá mais a alegria do reencontro, congelada no tempo e registrada no coração.
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