Especialistas alertam sobre cuidados com jovens na internet
Após ataque a creche de Saudades, em Santa Catarina, série de ações similares foi evitada. Jovens procuram na internet identificação e acolhimento
Rio -- Em maio, uma série de prisões de jovens ocorreu em diferentes estados brasileiros. Pela internet, eles planejavam ataques a escolas. Em comum, a admiração por neonazistas e o trauma do bullying na infância. O DIA conversou com especialistas a respeito que foram unânimes: jovens precisam de diálogo e acolhimento.
Segundo a psicóloga sistêmica Maria Fernanda Botafogo, jovens que sofrem com a violência de alguma maneira, seja ela física ou verbal, podem estar mais suscetíveis a se identificar com grupos extremistas.
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"Uma possibilidade é que esses jovens que sofrem com a violência em casa tendem a repetir esse comportamento agressivo de alguma forma. Fazer parte de grupos extremistas para eles pode fazer sentido, até mesmo de se sentirem entendidos e conectados como membros. Não é uma regra, mas acontece. Muito provavelmente eles ainda podem apresentar mais agressividade e intolerância, além de um uso ainda mais excessivo da internet", disse.
Adriana Borba, psicanalista e especialista em terapia de família, analisa que jovens também podem acabar ingressando nesses grupos para garantir a sensação de pertencimento.
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"O jovem quer um grupo para se identificar e ter um acolhimento, ele está saindo da infância e se formando para a vida adulta. Na vida online, com a era do cancelamento, pode ser mais difícil pertencer a um grupo. Então se ele sofre algum bullying, alguma violência e alguém oferece um pertencimento, ele quer estar ali. As pessoas estão muito agressivas, principalmente online. Então, esse jovem que se sente oprimido socialmente, criticado e julgado, vê um grupo que o acolhe, ele entra naquela onda para agredir o mundo. Muitas vezes ele não quer nem o conceitual do grupo, mas estar numa onda", esclarece.
A psicóloga Francilene Torraca, Presidente da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo e Ansiedade Infantil, explica também que a pandemia da covid-19 pode ter influenciado os jovens a terem ainda mais contato com extremistas.
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"Com o advento da pandemia, os adolescentes estão tendo acesso mais fácil à Internet através de vários dispositivos, tornando-os vulneráveis a danos por grupos extremistas", disse.
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