Elaine LessaReprodução
TRF2 mantém prisão de esposa de Ronnie Lessa por tráfico internacional de armas
Elaine estava presa por destruição de provas no caso Marielle e ganhou liberdade na última sexta-feira. Neste domingo (18), retornou à prisão por outro crime em que o marido também foi indiciado
Rio - O desembargador federal Marcello Granado, da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), manteve, nesta terça-feira, a prisão preventiva de Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher do policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. Elaine estava presa por destruição de provas no caso Marielle e ganhou liberdade na última sexta-feira (16). Neste domingo (18), retornou à prisão por outro crime em que o marido também foi indiciado.
Em suas alegações, a defesa da acusada sustentou que a prisão teria sido decretada com base em fatos ocorridos há mais de quatro anos. A denúncia contra ela foi apresentada à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal (MPF), em processo que apura também o envolvimento de Ronnie Lessa no esquema de tráfico de armamentos.
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O relator do processo, desembargador federal Marcello Granado explicou no HC que, embora a apreensão das armas tenha ocorrido em 2017, a denúncia foi recebida pela primeira instância em julho de 2021. Com isso, no entendimento do magistrado, permanecem os "pressupostos, motivos e condições suficientes para a manutenção do estado de sua prisão, revelando-se, neste momento processual, o 'fumus comissi delicti' (indícios de prática de crime) relativo à prática de tráfico internacional de armas".
Marcello Granado também considerou que a decisão do juiz de primeiro grau não contém ilegalidade ou abuso de poder e se afina com precedentes do TRF2 e das Cortes Superiores.
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O desembargador concluiu destacando a gravidade dos fatos apontados na denúncia, assim como os indícios de que Elaine e Ronnie Lessa agiram conjuntamente para obstruir a investigação em curso na Justiça estadual, sobre as atividades da organização criminosa que ambos integrariam.
A investigação
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O inquérito aponta que as investigações tiveram início em fevereiro de 2017, após a Receita Federal localizar um pacote com 16 quebra-chamas para fuzil AR-15. Esse tipo de dispositivo é usado para diminuir ou atenuar o clarão na saída do armamento na hora do disparo.
A encomenda veio de Hong Kong e tinha como destino final o endereço de uma academia em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. De acordo com as investigações, o casal Lessa era sócio do estabelecimento, em uma área controlada por grupos paramilitares.
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Equipamento usado para emboscada
No pedido feito à Justiça Federal, o MPF destacou que o equipamento apreendido no Aeroporto do Galeão é usado "tipicamente em confrontos armados ou emboscadas".
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Além do processo sobre as mortes de Marielle e Anderson Gomes, o casal se tornou réu por crime de tráfico internacional de armas de uso restrito.No caso da vereadora, Elaine é indiciada por destruir provas do crime. Para a Polícia Civil, ela ajudou a jogar vários fuzis no mar da Barra da Tijuca. Entre as armas, segundo as investigações, estaria a submetralhadora usada na emboscada que ocasionou a morte da parlamentar e seu funcionário.
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