Segundo semestre escolar na rede pública de ensino do Rio segue em formato híbrido
Retorno das aulas na rede estadual acontecerá na próxima segunda-feira (26), enquanto no município será no dia 4 de agosto. No entanto, Sepe-RJ problematiza o retorno presencial
Segundo semestre escolar na rede pública de ensino do Rio começa a partir da semana que vem - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Segundo semestre escolar na rede pública de ensino do Rio começa a partir da semana que vemReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio - Com o fim do recesso escolar no mês de julho, o segundo semestre na rede pública de ensino do Rio vai começar a partir da semana que vem de forma híbrida, isto é, em formato remoto e presencial, seguindo todos os protocolos de segurança contra a covid-19, prometem as autoridades. Na rede estadual, o retorno das aulas acontecerá na próxima segunda-feira (26), enquanto na rede municipal será no dia 2 de agosto. No entanto, o Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) colocou em xeque o retorno presencial, que classificou como "preocupante".
Segundo a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc), o retorno neste segundo semestre vai acontecer no modelo híbrido ou somente remoto, conforme prevê a Resolução nº 5.930, publicada em 23 de abril. O documento estabelece protocolos e orientações para o atendimento nas unidades escolares públicas e privadas do sistema estadual de ensino. Assim, as atividades estarão condicionadas às bandeiras de classificação de risco da Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) e aos decretos municipais. Caberá aos estudantes, pais ou responsáveis, a opção pelo retorno presencial ou a permanência somente no ensino remoto.
No que se refere aos protocolos sanitários, para segurança dos estudantes e servidores, segundo a Seeduc, as escolas mantém a organização dos espaços para garantir o distanciamento exigido, utilizam dispensers para álcool em gel 70%, usam tapetes sanitizantes e sinalização para distanciamento social nas áreas comuns. Também disponibilizam equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas para os profissionais, além de máscaras para servidores e estudantes. Além disso, nas escolas e unidades administrativas da pasta são afixados cartazes com os protocolos de segurança.
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Em caso de bandeiras vermelha e roxa, as unidades escolares da rede pública estadual funcionarão apenas para atividades administrativas, como a retirada de material pedagógico e do kit alimentação, além de entrega de documentos e matrícula de alunos. As aulas, nesses casos, acontecerão somente de forma remota.
Já a partir das bandeiras de risco laranja, amarela e verde, as escolas estaduais poderão desenvolver atividades pedagógicas com os estudantes que tenham interesse em frequentar aulas presenciais, mediante a capacidade física da unidade, em sistema de rodízio, respeitando as normas de distanciamento.
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Percentual diário de funcionamento
Ensino Fundamental: De até 50% (cinquenta por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira laranja; De até 75% (setenta e cinco por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira amarela; De até 100% (cem por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira verde.
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Ensino Médio: De até 40% (quarenta por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira laranja; De até 60% (sessenta por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira amarela; De até 100% (cem por cento) da capacidade de atendimento da unidade escolar, no caso de bandeira verde.
"As escolas deverão realizar as adequações necessárias ao seu plano de ação em vigor, de acordo com o planejamento alternativo previamente elaborado pelo estabelecimento de ensino. Caberá às direções a organização das atividades presenciais, observando a sua realidade, considerando o projeto pedagógico da unidade escolar, os docentes disponíveis, o distanciamento social e os protocolos sanitários", informou a pasta.
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Para a oferta do ensino remoto, além do material didático impresso produzido pelos professores da rede, as aulas também acontecem pelo aplicativo Applique-se. Dentro do app, o usuário pode navegar 24h, nos sete dias da semana, sem utilizar seu pacote de dados. São mais de 6,5 mil materiais pedagógicos, entre videoaulas, podcasts e orientações de estudo. A ferramenta também disponibiliza acesso ao Google Classroom.
Para esse segundo semestre do ano letivo, a Seeduc lançou a metodologia “storytelling” para o Applique-se. A proposta oferecerá conteúdos pedagógicos com uma narrativa diferenciada nos componentes curriculares Língua Portuguesa e Matemática.
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“Os alunos vão poder aprender os conceitos básicos dos componentes curriculares por meio de contação de histórias, de gameficação e de jogos interativos em complemento ao material escrito e aos podcasts. Os alunos também podem acompanhar o conteúdo por meio de material impresso disponibilizado pelas unidades escolares, além da utilização do livro didático”.
Aulas na rede municipal de ensino
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A Secretaria Municipal de Educação do Rio (SME) informou que o ensino presencial é opcional, ficando a decisão da escolha da modalidade de ensino a cargo de alunos, pais e responsáveis. Com esta nova etapa do processo de retomada, 98,6% das unidades da rede municipal de ensino estará funcionando com atividades presenciais, atendendo a 98,4% dos alunos matriculados.
Com o cumprimento de todos os protocolos sanitários determinados pelo Comitê de Enfrentamento à covid-19, já são 1.522 unidades municipais com aulas presenciais. São beneficiados estudantes desde o berçário até o Ensino de Jovens e Adultos, incluindo as Classes Especiais.
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Desde junho, a carga horária diária de estudo aumentou. As unidades com turno parcial, que ofereciam 3 horas de aulas por dia, agora oferecem 4 horas. E as unidades escolares de turno único aumentaram a carga horária de 3 para 6 horas por dia.
“Para garantir as melhores condições de trabalho a toda a comunidade escolar, a rede municipal de Educação do Rio segue um rigoroso protocolo sanitário, o que permite o retorno das aulas presenciais com responsabilidade”, afirmou a SME, em nota.
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Segundo a pasta, é considerada apta ao retorno das aulas presenciais a Unidade Escolar que estiver adequada aos itens do checklist sobre insumos e instalações, que estabelece pontos diversos como: distanciamento seguro, instalações de dispensadores de álcool 70º em gel no prédio ou funcionário aplicando álcool 70º na mão dos alunos, e, entre outras medidas, bebedouros adaptados com torneira para enchimento de copos e garrafas.
Recentemente, as unidades escolares municipais receberam R$ 18,1 milhões da SME em verba para fazer ajustes e pequenos reparos. No início do ano, a SME recebeu e distribuiu 800 mil máscaras descartáveis. Além disso, em maio, foram adquiridas 336 mil máscaras PFF2. Cada profissional da Educação, de merendeira a professor, recebeu seis máscaras deste modelo, que é considerado por especialistas como um dos mais eficientes na proteção individual.
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O aluno que optar em não ir à escola seguirá estudando por meio do ensino remoto. Desde o início do ano letivo, no dia 8 de fevereiro, os estudantes da rede municipal podem conferir as videoaulas elaboradas e apresentadas por professores da rede municipal.
O Rioeduca na TV vai ao ar pelo sinal aberto da TV Escola (canal 2.3) e também pela TV fechada: NET/Claro (canal 15), Claro TV (canal 8), Oi TV (canal 25), Sky (canal 21) e Vivo (canal 7). As videoaulas do Rioeduca na TV também ficam disponíveis no canal da MultiRio no YouTube. Além disso, no Portal MultiRio, uma área especial reúne informações sobre o Rioeduca na TV, como a programação, e conteúdos relacionados. E os alunos também podem estudar pelo aplicativo de ensino da SME.
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O Rioeduca em casa pode ser baixado em smartphones dos estudantes e responsáveis, disponível para IOS e Android. Segundo a SME, o acesso é gratuito, porque a pasta está pagando pelos dados de internet para os alunos.
“Estudantes que não têm equipamentos para acessar a internet ou morem em áreas sem cobertura, vão receber material didático extra impresso e, frequentemente, irão às escolas deixar as atividades didáticas. Caso o aluno tenha alguma dúvida, ela será respondida na próxima vez em que ele for à escola buscar suas atividades didáticas”, informou a pasta.
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Preocupação do Sepe-RJ
Apesar de grande parte dos funcionários de educação estarem imunizados com a primeira dose da vacina contra a covid-19, o Sepe-RJ ainda acha preocupante a volta presencial e acredita que ainda precisa ser feito um debate de controle epidemiológico no Rio.
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"O Rio de Janeiro é onde a variante delta está mais forte e é importante a gente ter essa identificação e ter essa preocupação, até porque tem mais jovens pegando, mais crianças, e nossas escolas, infelizmente, não estão com a estrutura adequada em sua maioria. A gente tem problema de circulação de ar de forma muito grande. A gente vem avisando isso, vem denunciando isso desde o ano passado e não se alterou. Na verdade, tem uma pressão de retorno presencial por conta da alimentação e é importante a gente identificar que isso também é ruim, porque muda a função social da escola", disse Duda Quiroga, dirigente do Sepe-RJ Central.
A greve do sindicato em relação às aulas presenciais na rede municipal de ensino foi interrompida, segundo Duda, devido ao avanço na vacinação dos profissionais da educação e à estratégia de defesa à vida, que, no momento, "é de fato estar nas escolas debatendo as estruturas física das escolas e os protocolos". Na próxima segunda-feira (26), será realizada uma assembleia pelo Sepe para debater o retorno da greve ou a participação nas aulas presenciais na rede estadual.
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Além das aulas presenciais, o formato remoto ainda tem muito o que ser melhorado, de acordo com a dirigente do sindicato.
"Sobre o híbrido, acho que é importante a gente sinalizar de que ainda temos um problema de internet, porque não foi de fato garantida a internet para os estudantes, os tablets, nada que foi prometido na campanha do Eduardo (Paes), não para o conjunto (de estudantes). A gente ainda tem o problema que a carga horária dos profissionais não está sendo respeitada. A gente está com uma horário maior, porque não é síncrono e assíncrono. Na verdade, a internet das escolas também não dá conta de ser síncrona, ou seja, no presencial e no remoto ao mesmo tempo", finalizou.
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