O major-brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez publicou um artigo no portal do Clube Militar na terça-feira (27)Reprodução

O Major-brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez criticou o protesto contra o presidente Jair Bolsonaro realizado no último fim de semana em São Paulo, chamou os manifestantes de 'vândalos esquerdistas' e afirmou que os 'inimigos do governo usam armas deploráveis'. Em um artigo publicado no site do Clube Militar, ele fala que há uma trama para derrubar o presidente e evitar a reeleição. No texto, ele critica ainda o voto na urna eletrônica, além de citar políticos petistas como interessados a derrubar Bolsonaro o ex-presidente Lula, o vereador Lindberg Farias e a deputada federal Gleisi Hoffman, o ex-ministro Celso de Mello e membros da CPI da Covid, aos quais ele chama de 'bandidos investidos de poder judicial'.
No texto, o major diz que o país caminha para o que chama de destino traçado pelo foro de São Paulo e reclama da passividade dos apoiadores de Bolsonaro. Ele diz no texto que usa armas deploráveis para atingir o objetivo de derrubar o governo.
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"O Brasil caminha celeremente para retomar o destino para ele traçado pelo Foro de São Paulo, de transformá-lo num leão-de-chácara da América Latina e nós, povo, instituições civis e Forças Armadas, assistimos passivamente essa caminhada. É uma luta desigual, onde o inimigo utiliza as armas mais deploráveis para atingir seus objetivos", diz um trecho.
O artigo fala ainda que o número crescente de pessoas que apoiam o voto nas urnas eletrônicas é uma tentativa de sabotar o voto soberano do eleitor. "A eleição fraudada será a cartada final, se falharem os golpes de estado em andamento ou se nenhum novo atentado contra a vida do Presidente for desfechado".
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A aliança com o 'Centrão', negando tratar-se de aderir à velha política, também foi abordada.  "Nesse interim, discutimos se aliar-se ao “Centrão” significa aderir à velha política, como se governar sozinho fosse possível. Do outro lado, todo o espectro de partidos políticos, eivados de corruptos e aproveitadores carentes da teta entupida, tramam velada ou abertamente para derrubar o governo agora ou evitar a sua reeleição em 2022".
Em uma lista do que considerada tratar-se de interessados no antigo sistema, o Major-brigadeiro nomeou os 'inimigos' do governo: o ex-ministro José Dirceu, Lula, João Pedro Stédile, líder do MST, Gleisi Hoffman, Lindberg Farias, o ex-ministro Celso de Mello, senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, Renan Calheiros, Freixo e Gilmar Mendes.
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Junto a estas figuras, ele inclui a imprensa, parlamentares, juristas e instituições que "interessados na volta do sistema que os financiava, infringem diariamente dispositivos legais por palavras e atos". 
CPI da Covid foi alvo de críticas
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Em outro trecho o Major-brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez aborda a CPI da Covid e faz críticas aos membros da comissão, chamando-os de bandidos investidos de poder judicial. O militar diz ainda que falta ética e inteligência aos integrantes.
"O descrédito pelo inimigo de uma reação institucional chegou a tal ponto que bandidos investidos de poder judicial para compor uma Comissão de Inquérito desmoralizada pela qualidade ética e intelectual dos seus integrantes, forjada com objetivos específicos e intenções preconcebidas", enfatiza o texto.
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O major atribuiu ainda o protesto realizado em São Paulo e em outros estados brasileiros ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, e acusou o parlamentar de conspirar contra o governo, incitar os militantes e cometer crime de Segurança Nacional.
"O crime de Segurança Nacional foi cometido sem o menor constrangimento e gravado em vídeo pelo próprio autor, senador Randolfe Rodrigues, durante uma “live” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, onde conspirou claramente contra o governo Bolsonaro, ao incitar os militantes daquele movimento social, incentivando-os a “irem para as ruas e colocar fim neste governo", acusou.
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Ataques corriqueiros em artigos
Com frequência o Major-brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez publica artigos na página oficial do Clube Militar em demonstração de apoio a Jair Bolsonaro e de ataques a quem, em seu ponto de vista, se opõe ao presidente. E outras ocasiões ele fez acusações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a imprensa e contra o ex-presidente Lula.
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O próprio presidente do Clube Militar, o general Eduardo José Barbosa, usa o site para criticar os opositores do governo. Em um dos artigos publicados pelo presidente do clube defendeu Bolsonaro e criticou a CPI da Covid, dizendo que o objetivo da CPI é culpar Bolsonaro, em uma nota intitulada: 'Pensamento do Clube Militar: o Poder das Trevas no Brasil'.
No artigo ele critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e diz que o ex-presidente Lula representa 'as trevas', além de ironizar o uso de máscaras contra a covid-19. O Clube Militar é formado por oficiais da reserva, ou seja, não tem comando de tropas. 
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Para Pedro Serrano, jurista e especialista em Direito Constitucional, incitar o golpe de Estado vai contra a Lei de Segurança Nacional. 
"O Clube Militar é uma instituição privada. Em princípio, presume-se que que a entidade se sustente com dinheiro de seus integrantes. Mas, incitar golpe de Estado é contra a Lei de Segurança Nacional, é inconstitucional, embora acho que a Lei de Segurança Nacional seja uma má referência legislativa. O melhor seria que fosse aprovado e sancionado o Projeto de Lei de Defesa da Democracia que está parado no Senado", explica o jurista.
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Confira o artigo na íntegra:
Por Major Brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez

O Brasil caminha celeremente para retomar o destino para ele traçado pelo Foro de São Paulo, de transformá-lo num leão-de-chácara da América Latina e nós, povo, instituições civis e Forças Armadas, assistimos passivamente essa caminhada como gado conduzido ao som de música clássica a caminho do matadouro.
É uma luta desigual, onde o inimigo utiliza as armas mais deploráveis para atingir seus objetivos, enquanto nós buscamos ingenuamente lograr algum sucesso agindo dentro das quatro linhas.
Nesse interim, discutimos se aliar-se ao “Centrão” significa aderir à velha política, como se governar sozinho fosse possível. Do outro lado, todo o espectro de partidos políticos, da extrema-direita à extrema-esquerda, aliados à cúpula do Judiciário e a outros entes da sociedade, eivados de corruptos e aproveitadores carentes da teta entupida, tramam velada ou abertamente para derrubar o governo agora ou evitar a sua reeleição em 2022.
Basta ver o número crescente de admiradores das urnas eletrônicas e as manobras que estão sendo urdidas para sepultar a esperança dos eleitores de verem seu voto soberano prevalecer.
A eleição fraudada será a cartada final, se falharem os golpes de estado em andamento ou se nenhum novo atentado contra a vida do Presidente for desfechado, já que chances para isso ele oferece diariamente e os incentivos aos postulantes a “Adelio” são formulados constantemente nas redes sociais, sem qualquer reação jurídica. Além disso, proteção judicial ao eventual aventureiro é assegurada pelos “garantistas” de toga.
Dirceu, Lula, Stédile, Gleisi, Lindberg, Celso de Mello, Aziz, Renan, Freixo, Gilmar, a imprensa, enfim, uma infinidade de parlamentares, juristas e instituições, interessados na volta do sistema que os financiava, infringem diariamente dispositivos legais por palavras e atos. Alguns, inclusive, lesando ou expondo a perigo de lesão o regime representativo e democrático, o Estado de Direito e a pessoa do chefe do Poder Executivo, conceito esse explícito na Lei de Segurança Nacional, e nenhuma medida coercitiva é adotada.
O descrédito pelo inimigo de uma reação institucional chegou a tal ponto que bandidos investidos de poder judicial para compor uma Comissão de Inquérito desmoralizada pela qualidade ética e intelectual dos seus integrantes, forjada com objetivos específicos e intenções preconcebidas, ignoram as leis que eles próprios propuseram e aprovaram para ameaçarem seguidamente convocar e prender o Presidente da República por algo intangível que não conseguem materializar.
A Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983, define como crimes contra a segurança nacional, em seu Art. 23, incitar a subversão da ordem política ou social, com pena prevista de reclusão, de 1 a 4 anos.
O crime tipificado nesse artigo da Lei de Segurança Nacional foi cometido sem o menor constrangimento e gravado em vídeo pelo próprio autor, senador Randolfe Rodrigues, durante uma “live” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, onde conspirou claramente contra o governo Bolsonaro, ao incitar os militantes daquele movimento social, incentivando-os a “irem para as ruas e colocar fim neste governo. É uma tarefa civilizatória para todos nós. Quero encontrar os companheiros e companheiras nas ruas até o fim deste governo”.
Atendendo a essa incitação explícita, vândalos esquerdistas foram para as ruas no último sábado em São Paulo e praticaram atos terroristas, atirando fogos de artifício contra profissionais da imprensa; ateando fogo em pontos de ônibus; quebrando vidros de agências bancárias com caixas eletrônicos; incendiando a estátua que homenageia o bandeirante Manuel de Borba Gato; e entrando em confronto com as forças policiais.
Se nada for feito contra esse contraventor, que cometeu claramente um crime previsto na Lei de Segurança Nacional, em breve estaremos assistindo a uma escalada da violência que passará por atos de desobediência civil semelhantes aos ocorridos em 2013, podendo desencadear graves distúrbios da lei e da ordem, similares aos registrados no início da década de 1960.
BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS.
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