Instituto Vital Brazil está desenvolvendo soro anticovid-19 para pacientes em tratamento da doençaDivulgação

Rio - O soro anticovid-19 desenvolvido pelo Instituto Vital Brazil está em fase de produção de lote piloto para o processo clínico, ou seja, de testes em humanos, após passar pelos testes em animais. Desde maio de 2020, a instituição desenvolve a pesquisa e a ideia é que o procedimento seja feito em pacientes já infectados com a covid-19, com o intuito de diminuir o tempo de internação e também as mortes causadas pela doença.
O medicamento é feito a partir do plasma de cavalos, isto é, a parte líquida do sangue, que recebem semanalmente pequenas doses da proteína S recombinante do coronavírus, produzida no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
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"O Instituto Vital Brazil possui ‘know how’ em produção de soros hiperimunes a partir do plasma de cavalos há mais de 100 anos. O uso potencial da imunização passiva por esse tipo de terapia representa um caminho viável de combate à covid-19. Os soros produzidos pelo Instituto Vital Brazil têm excelentes resultados de uso clínico, sem histórico de hipersensibilidade ou quaisquer outras eventuais reações adversas há décadas", informou a instituição.
Depois de sete semanas, o estudo revelou que os animais apresentaram de 20 a 100 vezes mais anticorpos neutralizantes contra o coronavírus do que os plasmas de pessoas que tiveram a doença.
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A grande novidade identificada pelos pesquisadores é que os potros nascidos de três éguas, que participam do experimento, apresentaram anticorpos contra a covid-19, mesmo processo ocorrido em bebês nascidos de grávidas vacinadas.
Além disso, o instituto revelou que o leite das éguas prenhas também continha anticorpos contra o coronavírus. O foco da atual presidente do Vital Brazil, Priscilla Palhano, é que o soro seja liberado o mais rápido possível.
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A expectativa da instituição agora é atender às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o soro seja liberado para o início dos testes em humanos, que serão realizados em parceria com o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa. O ensaio clínico prevê a aplicação do medicamento em 41 pacientes. A pesquisa já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisas (Conep).
Soro é diferente de vacina
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A vacina é utilizada em indivíduos saudáveis para prevenção da doença. A vacina induz a pessoa a produzir anticorpos, que vão defendê-la da ação do vírus, mas essa produção leva cerca de 15 dias depois do ciclo de vacinação completo para acontecer. Além disso, algumas pessoas podem produzir menos anticorpos do que outros.
Já o soro serve para tratar o doente. A base do soro são os anticorpos contra a covid-19 desenvolvidos pelos cavalos que participam da pesquisa. Portanto, o soro é o anticorpo pronto que será inserido na pessoa já infectada e ajudará no processo de tratamento, com a melhora mais rápida da doença.