Bares e restaurantes foram excluídos da obrigatoriedade de exigir dos cariocas o comprovante de vacinação Luciano Belford/Agencia O Dia
Covid-19: bares e restaurantes foram excluídos da cobrança de comprovante da vacinação
Prefeitura do Rio publicou um decreto que exigirá aos cariocas confirmarem a sua imunização, mas redutos da boemia, que costumam gerar aglomeração, ficaram de fora. Especialista defende mais restrições e consciência coletiva
Rio - Apesar de estarem entre os estabelecimentos que costumam registrar intensas aglomerações, bares e restaurantes foram excluídos da obrigatoriedade de exigir dos cariocas o comprovante de vacinação para poder dar entrada nos estabelecimentos. A medida adotada pela Prefeitura do Rio faz parte de um decreto publicado no Diário Oficial e tem como objetivo coibir a circulação de quem não se vacinou contra a covid-19. As empresas ficarão responsáveis pelo controle interno do seu espaço e deverão, a partir do dia 1 de setembro, permitir apenas a entrada de cariocas imunizados com a primeira dose ou o esquema completo.
A pesquisadora em Saúde da UFRJ Chrystina Barros avaliou que a cobrança do comprovante de vacinação é uma medida positiva para estimular que as pessoas compareçam aos postos e não percam a segunda dose, mas considera que as medidas de controle em geral ainda não têm sido suficientes.
“A gente segue vendo cenas de aglomeração principalmente em lugares sabidamente boêmios, fins de semana, noites, onde as pessoas se confraternizam e certamente ao beber ou brindar a vida e tentar relaxar, relaxam nas medidas de proteção. Não usam máscaras, ficam próximas e em consequência disso vemos um aumento do número de casos… O que fica como principal reflexão é que se nós já sabemos que não conseguimos dar conta da fiscalização ostensiva na medida que precisa, talvez, infelizmente, as medidas tivessem que ser mais restritivas no sentido de proibir. O que a gente precisa é da consciência das pessoas”, afirmou.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) foi procurada para se posicionar sobre a não inclusão de bares e restaurantes, mas não se manifestou até o momento de finalização da reportagem.
Questionados pelo DIA sobre a situação de risco em que os funcionários ficariam expostos uma vez que não haveria o controle da entrada de vacinados nos estabelecimentos, o Sindicado dos Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) afirmou em nota que os estabelecimentos estão enfrentando dificuldades financeiras em função da pandemia, confira na íntegra:
"Bares e restaurantes ainda estão muito fragilizados economicamente em decorrência da pandemia. O SindRio é a favor da vacinação, do uso de máscaras e de todas as medidas efetivas que podem controlar a pandemia. O setor cumpriu e ainda cumpre todas as exigências das autoridades de saúde para evitar que o vírus se propague. É importante que não haja retrocessos e que qualquer nova decisão que venha impactar o setor seja precedida por diálogo".
Estabelecimentos citados em decreto terão que criar sistema próprio de controle
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, comentou, nesta sexta-feira (27), sobre como funcionará as exigências. A fiscalização ficará por conta da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Ordem Pública (Seop). Os estabelecimentos terão que adotar a criação de um sistema eletrônico próprio de controle.
“A fiscalização (será feita pela) Vigilância Sanitária e a Seop. Eles saem rodando pela cidade buscando verificar quem faz as coisas direitos ou não. É impossível estar em todos os lugares, por isso faço um apelo para pessoas que tenham o comando e a gerência, entendendo que essa exigência (de vacinação) significa uma preparação para reabertura”, afirmou Paes durante a apresentação do 34°Boletim Epidemiológico da cidade.
Os estabelecimentos que devem emitir o comprovante são: academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e de condicionamento físico, clubes sociais, vilas olímpicas, estádios e ginásios esportivos, na área esportiva.
No segmento de entretenimento, os estabelecimentos que devem emitir o comprovante são: cinemas, teatros, salas de concerto, salões de jogos, circos, recreação infantil e pistas de patinação, locais de visitação turísticas, museus, galerias e exposições de arte, aquário, parques de diversões, parques temáticos, parques aquáticos, apresentações e drive-in.
No segmento corporativo, conferências, convenções e feiras comerciais também vão precisar exigir o comprovante de vacinação.
*Estagiário sub supervisão de Gustavo Ribeiro
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