Crianças foram vistas pela última vez em uma feira do bairro Areia BrancaReprodução

Rio - O traficante Wiler Castro da Silva, o Stala, de 35 anos, pode ter sido executado pelos próprios companheiros de facção em uma espécie de 'tribunal do crime', em uma favela da Penha, Zona Norte do Rio, na última quarta-feira (25). Questionada, a Polícia Civil não confirmou se investiga as circunstâncias da morte do bandido. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investigava Stala no contexto dos desaparecimentos de Lucas Matheus, 8, Alexandre da Silva, 10, e Fernando Henrique, 11. As crianças sumiram em dezembro do ano passado, em Belford Roxo.
Segundo a polícia, Stala foi um dos responsáveis pela tortura de um morador falsamente acusado de participar do sumiço das crianças, em janeiro deste ano. Na ocasião, o homem teria sido forçado a confessar o envolvido no caso ao ser amarrado e agredido pelos traficantes da comunidade Castelar, em Belford Roxo.
Stala era apontado como gerente do tráfico de drogas do bairro Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde as crianças moravam.
No início do mês, em uma live realizada pelo deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL), o delegado Uriel Alcântara, responsável pela investigação, apontou indícios de uma falsa confissão.
"Você pega uma pessoa e diz que ela confessou, chegou ao fato objetivo que tenha confessado então, o tráfico passa a apresentar um suspeito. Aquele “autor” não seria preso então, fazem uma manifestação na frente da delegacia, incendeiam ônibus, pega fogo em residência de morador, em comércio que não tinha absolutamente nada a ver com isso então, era uma ação estranha naquele momento", disse Alcântara.
Na conversa, o delegado afirmou que a atual linha de investigação da especializada é a responsabilidade do tráfico de drogas na morte e ocultação dos corpos das crianças. A unidade segue com a hipótese de que os meninos foram vítimas dos traficantes pois, teriam furtado uma gaiola com passarinho.
"A gente sabe que, essas crianças foram pegas e foram mortas dentro da comunidade […] tiveram os corpos levados para o rio, como já foi divulgado. Algumas diligências foram realizadas com o objetivo de encontrar mais elementos sobre uma possível ocultação de cadáver", explicou Alcântara.
Ossada não é dos meninos desaparecidos
A Polícia Civil encontrou uma ossada no dia 30 de julho, no Rio Botas, em Belford Roxo. A perícia realizada nos fragmentos apontou que a ossada não tem relação com os três meninos desaparecidos desde dezembro do ano passado. O teste apontou, que o material é de origem animal. Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11 e Fernando Henrique, de 12, sumiram no dia 27 de dezembro. Eles foram vistos pela última vez em uma feira do Bairro Areia Branca, também em Belford Roxo.