Polícia Civil faz operação contra grupo de agiotagem. Ao todo, 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão foram cumpridosReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Líder do núcleo de cobranças da maior quadrilha de agiotas do Rio é preso no Ceará
Bruno da Silva Pinheiro Mendes foi para Juazeiro do Norte (CE) para se manter distante das investigações. Homem identificado como 'laranja' do grupo foi preso em Santa Catarina. Polícia tenta cumprir 65 mandados de prisão
Rio - Bruno da Silva Pinheiro Mendes, um dos presos na Operação Ábaco, contra o maior grupo de agiotagem do estado do Rio, fugiu para Juazeiro do Norte (CE) a fim de ficar distante das investigações que corriam na 76ª DP (Niterói). Nesta quinta-feira (16), agentes estão nas ruas para cumprir 65 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão. Até o momento, 33 pessoas foram presas.
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A Operação Ábaco é deflagrada no Rio e em outros quatro estados. No município de Juazeiro do Norte, no Ceará, policiais prenderam o líder do núcleo de cobranças. Apontado pelos investigadores como 'muito agressivo', Bruno da Silva Pinheiro Mendes comandava o grupo que usava sites de consulta para buscar informações sobre os parentes das vítimas. Com os dados em mãos, eles ligavam para os familiares, cobrando o pagamento do empréstimo e fazendo ameaças. Ele utilizava o apelido de 'Verano' para fazer as extorsões.
Em Florianópolis (SC), policiais prenderam Ricardo Alexandre Inácio, apontado como 'laranja' do esquema - 'Verano' era quem utilizava suas contas bancárias. As quebras dos sigilos bancário e fiscal revelaram que a quadrilha movimentou cerca de R$ 70 milhões nos últimos quatro anos.
No Rio, agentes efetuaram prisões em Niterói, São Gonçalo e Maricá. A Operação Ábaco também acontece em Minas Gerais e no Espírito Santo. Durante os 11 meses de investigação, a Polícia Civil já havia prendido outros dez suspeitos.
Com ameaças, agiotas cobravam dívidas já quitadas e que nunca existiram
O grupo investigado atuava com empréstimos a juros abusivos, a maioria com taxas superiores a 30% por mês. O que surpreendeu os agentes durante a investigação é que eles cobravam das vítimas dívidas antigas, que foram contraídas com agiotas mas já haviam sido quitadas, e praticavam extorsões até mesmo cobrando dívidas falsas de empréstimos que nunca existiram. O grupo chegou a ter 70 escritórios em diferentes cidades do Brasil.
O líder da quadrilha é dono de um famoso quiosque na Praia de Camboinhas. Guilherme Andrade Aguiar, o Macarrão, de 39 anos, foi preso em janeiro pela 76ª DP (Niterói), em Minas Gerais. Os membros do grupo devem responder por extorsão, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.
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