Trens do ramal de Japeri têm novamente atrasos por conta de furtos de cabos Cléber Mendes
O debate contou com a participação do secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione; do secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale Nessimian; do presidente do Metrô Rio, Guilherme Ramalho, e de representantes da Enel, SuperVia, Metrô, Light, Rio Luz, Naturgy, Conexis, que falaram sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor e contribuíram com sugestões para o combate a essa situação.
A principal decisão tomada na reunião foi a realização de uma campanha por meio do Disque-Denúncia para tentar coibir esse tipo de crime e que pode recompensar aqueles que denunciarem. "Toda a iniciativa só dá certo com o apoio da população", afirmou Zeca Borges, idealizador e coordenador do programa”. Ceciliano disse que é preciso ouvir todos os lados envolvidos no problema. "Precisamos contar com o compromisso de colaboração das pessoas que adquirem esse tipo de material. Somente assim poderemos avançar. Por isso, estamos realizando reuniões com todos os elos do segmento", comentou.
Segundo o deputado Átila Nunes, é preciso uma grande aliança para o enfrentamento do problema. "A Alerj vem desempenhando um papel importante ao aprovar leis sobre o assunto e na intermediação de situações como essa. Temos que levar em conta que as concessionárias estão com o prejuízo material, mas a população também sofre com a falha nos serviços devido a esses crimes. Só a SuperVia teve mais de 800 viagens suspensas, diversos semáforos estão parados e, agora, sabemos que os grampos que prendem os trilhos estão sendo furtados, e isso pode provocar risco de acidentes de grandes proporções. Nossa proposta é fazer uma campanha junto com o Disque-Denúncia, com possibilidade de recompensar aqueles que denunciarem", afirmou o deputado.
Representante das operadoras de telecomunicações, Marcos Ferrari divulgou números que dão a exata noção da gravidade do problema: no ano passado foram furtados cerca de cinco milhões de metros de cabos. De acordo com ele, este ano houve um aumento de 85% das ocorrências, sendo que casos de furtos de equipamentos cresceram 114% e de cabos subiram 41%.
Curi disse ainda que a operação "Caminho do Cobre", realizada em julho passado, prendeu 40 criminosos, recuperou 200 toneladas de material e interditou 13 estabelecimentos. A operação se repetiu e levou à criação da organização da Força Tarefa para enfrentamento dos crimes. Para o subsecretário operacional da Secretaria da Polícia Militar, Coronel Rogério Lobasso, diagnosticar a mancha criminal foi fundamental, já que dessa forma foi possível realizar ações que resultaram na apreensão de materiais furtados. "Estamos utilizando os serviços de inteligência da corporação a fim de agir preventivamente", observou.
O coordenador do Disque-Denúncia avaliou que encontros como este são fundamentais para chegar a soluções. "No passado, realizamos muitas vezes seminários para debater determinados tipos de crime que aconteciam com frequência, como foi o caso do sequestro numa determinada época. Sem o auxílio da população não chegaremos muito longe", reafirmou.
Aplicativo contra roubo
Após a reunião, o presidente da Alerj e o deputado André Correa (DEM) se encontraram com representantes de empresas de reciclagem, das forças de segurança e com o diretor da Associação de Recicladores do Estado do Rio (ARERJ), Michel Assef. Propostas como a implementação de um aplicativo, desenvolvido pela ARERJ, que vai ajudar a encontrar produtos furtados e promover maior aproximação entre os trabalhadores do seguimento, as concessionárias e a segurança pública foram apontadas como caminhos para redução dos índices de crimes.
"É uma ferramenta que permite formar uma sinergia entre as concessionárias e a cadeia produtiva de reciclagem. Precisamos que este aplicativo seja disponibilizado para todos. É preciso encontrar formas que não marginalizem a atividade dos recicladores. Hoje, muitos têm dificuldades para obter alvará, licenciamento ambiental e se adequar a todas as normas", explicou Assef.
Para Correa, é preciso haver um canal de comunicação entre os trabalhadores do setor, as concessionárias e as polícias, para facilitar a informação. Segundo informações de Bruno Queiroz, integrante do grupo de recicladores, atualmente existem 6,2 mil empresas atuando no ramo no estado do Rio. "Esta é uma atividade que envolve 1,4 milhões de pessoas. Não podemos ficar sem trabalhar, e essa conversa foi muito produtiva".
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