Pânico: vítima tentou se jogarReprodução de vídeo

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) converteu a prisão em flagrante do motorista de aplicativo Vitor Batista de Oliveira, 32 anos, para prisão preventiva, em audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (16). Ele foi preso, na terça-feira (14), após ser filmado agredindo uma mulher grávida de três meses no apartamento em que o casal morava com o filho da vítima no bairro Sarapuí, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A ação foi registrada por vizinhos que acompanhavam o histórico de violência contra a mulher e se mobilizaram no grupo do condomínio para apoiar a vítima.
Nas imagens, Maria José chega a tentar se jogar pela janela para fugir do agressor. Vitor fecha a janela ao perceber que está sendo filmado. Após a gravação, os vizinhos foram ao apartamento e o espancamento cessou. 
Na véspera, a vítima já havia pedido socorro em um bilhete lançado pela janela. O companheiro, Vitor, percebeu o pedido e prometeu matar a vítima. Ele foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias por volta das 14h30 por tentativa de feminicídio, perseguição (stalking) e cárcere privado. Na unidade policial, Vitor afirmou que as sessões de espancamento eram "apenas uma briga de casal".
A delegada titular da Deam informou que a vítima estava sofrendo agressões diariamente, após um período que estava sem sofrer violência. Fernanda Fernandes diz que é comum que a violência doméstica se dê entre períodos de "calmaria". O filho da vítima de quatro anos também era ameaçado e agredido por Vitor.
"As agressões começaram gratuitamente no sábado. Ela já vinha sendo agredida há nove meses, mas com pausas, como geralmente acontece na violência doméstica. O agressor geralmente se arrepende depois que agride muito, pede desculpas. Agora, tem uma semana que ela vem apanhando de forma reiterada. Na terça (14), culminou com todas as agressões. Quando ela pediu socorro, o autor começou a agredi-la dizendo que iria matá-la. Mas, os vizinhos filmaram e foram até a residência dela e isso impediu o feminicídio", afirmou a delegada Fernanda Fernandes.
Por volta das 13h de terça-feira, policiais civis da Deam receberam, por diversos meios de comunicação, vídeos que davam conta de agressões. Durante as investigações, os policiais constataram que Maria José vinha sendo mantida em cárcere privado desde o último sábado (11), quando recomeçaram as agressões físicas e psicológicas. A vítima foi por conta própria à delegacia, apoiada pelos vizinhos.
Para tentar esconder as marcas das lesões e não provocar o aborto do filho gestado pela vítima, o autor passou a agredir a vítima com tapas e socos na região da cabeça.
Em maio, Maria José chegou a se jogar da janela para se livrar das agressões. Ela fraturou o pé e precisou passar por uma cirurgia e, segundo a polícia, precisou esconder os reais motivos das lesões para não ser morta.
A vítima foi encaminhada para o Centro Integrado/Especializado de Atendimento à Mulher (CIAM) para tratamento psicológico e para a Assistência Social para realizar encaminhamentos e verificar benefícios sociais. A criança foi encaminhada para acompanhamento no Centros de Atenção Psicossocial (Capsi).