Cartunista Ota é encontrado morto, nesta sexta-feira, na Tijuca Reprodução/Redes Sociais

Rio - Morreu, aos 67 anos, o cartunista Otacílio Costa d'Assunção Barros, mais conhecido como Ota, em seu apartamento na Tijuca, Zona Norte do Rio. Editor da revista Mad nos anos 70 e 80, Ota foi encontrado morto por um equipe do Corpo de Bombeiros, acionada às 14h51 desta sexta-feira, por moradores do prédio.
Moradores do prédio onde o cartunista morava relataram à equipe dos Bombeiros que não viam o artista há cinco dias. Ota é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a causa de sua morte ainda não foi identificada. No entanto, os militares, ao localizar o corpo, não encontraram sinais de violência no cadáver.
A família de Otacílio foi chamada e o corpo será removido ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade. 
Carreira de sucesso no Rio
Otacílio nasceu no Rio de Janeiro e iniciou a sua carreira na capital em 1970, quando trabalhou durante três anos na redação de quadrinhos da Ebal. Em 1972, ele também colaborou com o diário carioca "O Jornal". Em 1974 publicou a revista "Os Birutas", pela Editora Gorrion. Nos anos 80 ele retornou para a Ebal e passou a trabalhar em gibis.
Mas foi na editora Vecchi que o cartunista fez um dos seus maiores trabalhos. Entre 1974 e 1981, Ota comandou todas as publicações de quadrinhos da Vecchi e, ainda no primeiro ano, lançou a revista humorística "Mad" nacional.
Edição da revista Mad Brasil - Divulgação
Edição da revista Mad BrasilDivulgação


De acordo com uma revista especializada em quadrinhos, o cartunista também foi responsável pela restauração, seleção e tradução das revistas Luluzinha e Recruta Zero da Pixel Media. Em 2016, lançou o e-book A garota bipolar - o começo de tudo

O cartunista também passou por outras redações como o Jornal do Brasil e Folha Dirigida.
Fãs e amigos lamentam a morte do cartunista
Ex-editor da revista "Mad" no Brasil é encontrado morto aos 67 anos - Reprodução
Ex-editor da revista "Mad" no Brasil é encontrado morto aos 67 anosReprodução
Nas redes sociais, fãs e amigos do cartunista lamentaram a perda. "Ota é o sucesso da MAD brasileira, era um grande cartunista e essa pessoa que vos fala não seria a mesma sem o seu trabalho, um dos meus sonhos era conhecer ele. Ota tinha vários projetos em andamento, ele poderia ter produzido muito mais se o destino não fosse tão ruim com nós", escreveu um fã.
"Ota é autor de um livro pioneiro sobre as HQs de Carlos Zéfiro, quando não se conhecia sua identidade real. Além disso foi o primeiro editor de Cripta do Terror, Love and Rockets e Dylan Dog no Brasil. Contribuiu muito para a difusão dos quadrinhos. Fará falta"; "Ota foi um dos grandes nomes dos quadrinhos brasileiros e um dos maiores editores que esse país já viu. Tive a honra de conhecê-lo quando organizei uma mini comic com em Angra dos Reis com meu pai, e ele foi o nosso principal convidado do evento", escreveram outros admiradores.
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo também lamentou a perda: