A tradicional queima de fogos em Copacabana, na Zona Sul, no ano passado, foi apreciada até da Vista ChinesaDaniel Castelo Branco

Rio - Municípios do Rio que são destinos tradicionais de turistas no fim de ano já anunciaram a realização de festas de Réveillon, com shows e queimas de fogos, para celebrar a chegada de 2022. Na contramão da cidade do Rio e de Cabo Frio e Armação dos Búzios, na Região dos Lagos, e de Maricá, na Região Metropolitana, outras cidades decidiram não promover eventos de Ano Novo ou ainda aguardam a evolução da pandemia de covid-19 para definir se terão ou não celebrações.
Muito procurado por moradores de cidades fluminenses e de outros estados do Brasil, Cabo Frio terá três pequenos palcos para apresentações de artistas locais, sendo um deles no Jardim Esperança e dois em Tamoios. Mas a festa não terá queima de fogos, uma vez que o município está "priorizando a economicidade", por conta das condições financeiras. De acordo com a prefeitura, comércios que queiram realizar festas particulares terão a permissão, desde que cumpram as normas de prevenção à covid-19 que estiverem em vigor na época.
Apesar do anúncio da celebração, a programação está condicionada ao estado epidemiológico que estiver vigente no período de festividades, além dos números apresentados em Cabo Frio. "As secretarias municipais estão acompanhando as condições da pandemia da covid-19 nas principais cidades emissoras de turistas, que tem Cabo Frio como destino", reforçou a prefeitura.
Em Búzios, não haverá exigência de passaporte da vacina para participar dos eventos. A fiscalização deverá ser feita pelos estabelecimentos e órgãos da cidade, para evitar excessos e conscientizar os turistas de suas responsabilidades. A cidade está em fase de organização para a realização de eventos para a retomada turística e econômica da cidade, e pretende realizar queima de fogos em diversos pontos da península, iluminação especial com tema natalino e abertura de verão marcando o início das atividades.
Já em Maricá não haverá shows e as regras de distanciamento social e uso de máscaras seguem valendo. Mas a queima de fogos vai iluminar o céu da cidade em locais como Araçatiba, Barra de Maricá e Itaipuaçu, e em outros três pontos ainda não definidos. Palco de uma das maiores festas de Réveillon do mundo, a cidade do Rio deve ter uma festa muito parecida com as clássicas viradas de ano que encantaram moradores e turistas antes da pandemia. Mas para isso acontecer, é preciso que a transmissão da Covid-19 siga sob controle e a vacinação avance.
No último dia 6 de agosto, a Riotur publicou um caderno de encargos e propostas para empresas interessadas na promoção da festa. No Diário Oficial do município, a prefeitura alertou que a realização "depende de cenário da Covid-19 na capital". A Riotur estimou a presença de dois milhões de pessoas em Copacabana, entre cariocas e turistas. A ideia é ter queima de fogos, iluminação, cenografia e shows ao vivo em três palcos, um principal e outros dois alternativos, todos instalados na faixa entre o Leme e o Posto 6.

A prefeitura ainda espera receber um milhão de pessoas nos outros dez palcos que podem ser montados na Praia do Flamengo, no Parque de Madureira, no IAPI da Penha, na Praia da Bica, na Praia da Capela, na Praia de Sepetiba, na Praia da Moreninha, no Piscinão de Ramos, no Boulevard Olímpico e na Praça Guilherme de Silveira.
Municípios vivem incerteza

Diferente das outras cidades, Teresópolis não tem planejamento para a realização da festa de Réveillon este ano. Também na Região Serrana, o município de Nova Friburgo ainda não decidiu se vai promover celebrações de Ano Novo, já que está sob decreto que suspende as atividades relacionadas a eventos com aglomeração de público, dependendo do cenário epidemiológico para definir se haverá ou não festa.

Na Região Metropolitana, São Gonçalo está estudando as possibilidades para a festa de réveillon, que ainda não foi confirmado, já que também depende dos dados epidemiológicos da pandemia da covid-19. Em Niterói, apesar do Programa Nova Normal, de retomada das atividades, a medida não contempla o Réveillon. "Quaisquer decisões acerca das atividades de Fim de Ano serão condicionadas à evolução da pandemia no período e ao percentual de vacinação da população da cidade", disse a Secretaria Municipal de Saúde da cidade.

Na Baixada Fluminense, o município de Duque de Caxias ainda não planejou as festas de Réveillon, devido à preocupação em garantir que sejam realizadas as medidas de prevenção e enfrentamento da propagação ao contágio pelo novo coronavírus. Em Nova Iguaçu, a prefeitura informou que, até o momento, não há nada programado para as celebrações de fim de ano.
Hotéis se preparam para o Réveillon
De acordo com o presidente da Associação de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, a prefeitura do Rio deve anunciar nesta semana a empresa que vai realizar o Réveillon na cidade. Segundo Lopes, a celebração vai ajudar o setor hoteleiro, que espera ter ocupação próxima a 100% de suas acomodações.

"A expectativa é muito grande, por inúmeros motivos, primeiro porque no ano passado não tivemos Réveillon, que foi uma coisa inédita. Sem dúvida, o mercado nacional vai ser ainda o grande protagonista do Réveillon do Rio, e a gente espera ocupações muito próximas dos 100% em toda a cidade e em cidades do interior do estado. Então a nossa expectativa é muito grande e isso vai dar o 'start' para 2022, e logo em seguida nós vamos ter o Carnaval", afirmou o presidente da Abih, que ainda explicou que os feriados deste ano foram um termômetro para o Ano Novo, já que os hotéis do Rio voltaram a receber grande quantidade de turistas brasileiros.

"Nosso setor vem sofrendo enormemente com essa pandemia, mas na medida que a vacinação avança, a gente tem visto que nos feriados deste ano, o Rio de Janeiro teve excelente taxa de ocupação, inclusive no interior do Estado, com taxas elevadas, de 80%, 90%, totalmente do mercado nacional, turistas nacionais."

Um levantamento da Associação aponta que durante o feriado do Dia da Independência, entre 4 e 7 de setembro, a média da ocupação hoteleira do estado foi de 81%. O município que teve a maior ocupação foi Petrópolis (93%), seguido por Teresópolis (91%); Vassouras (89%); Valença/Conservatória (87%); Angra dos Reis (84%); Armação do Búzios (83%); Nova Friburgo (83%); Paraty (83%); Cabo Frio (82%); Arraial do Cabo (81%); Macaé (80%); Itatiaia/Penedo (79%); Miguel Pereira (75%) e Rio das Ostras (41%).
Com uma ocupação de cerca de 75%, o Hotel Nacional do Rio ainda tem 100 unidades disponíveis para a hospedagem durante as festividades de Réveillon. O estabelecimento não vai realizar contratações temporárias, mas pretende completar seu quadro de vagas fixas entre novembro e dezembro. Antes da pandemia de covid-19, o hotel tinha 200 funcionários no regime CLT, mas precisou cortar 40% do pessoal e depois mais 20% no momento de redução salarial e de jornada. Atualmente, há 186 funcionários no local. 
"Com o avanço do calendário de vacinação, esperamos atingir os 100% de ocupação. Hoje, boa parte do público do hotel é de moradores do Rio de Janeiro, algo em torno dos 70% em feriados prolongados e/ou finais de semana. Boa parte da população ainda se sente um tanto quanto insegura de viajar grandes distâncias. Ou seja, a rede hoteleira da cidade se tornou uma excelente opção de lazer. Seguiremos muito rigorosos com todas os protocolos de segurança e de higienização que já estão em prática", afirmou o porta-voz do hotel e diretor executivo da WAM Brasil, Eduy Azevedo, que espera que o cenário seja ainda melhor no Carnaval. 
"A gente espera poder ter 100% da nossa capacidade para o Carnaval. Todos os protocolos de higienização sempre foram seguidos à risca pelo Hotel Nacional. Então, mesmo na pandemia, vir ao hotel era mais seguro do que ir à farmácia, por exemplo. Estamos muito otimistas de que o cenário do Rio de Janeiro para o Carnaval melhore muito".
Para o gerente geral do Grand Hyatt Rio de Janeiro, Laurent Ebzant, os níveis de ocupação do hotel neste Réveillon devem ficar próximos aos atingidos em anos pré-pandemia. Ele também acredita que as festividades de Ano Novo serão um teste para o Carnaval de 2022. 
"Com a estimativa de ter toda a sua população adulta totalmente vacinada antes de dezembro, o Rio voltou a ocupar seu lugar como um dos destinos mais procurados para o período do Réveillon. Desde meados do ano, começamos a sentir o aumento das reservas e acreditamos que a ocupação dos hotéis da cidade ficará próxima aos níveis atingidos em anos pré-pandemia. O Réveillon será um grande teste para o período do Carnaval e o Rio é grande referência nas duas celebrações", disse Ebzant, que acredita que o estabelecimento receberá mais turistas brasileiros.  
"Por conta das restrições e barreiras de entrada impostas por muitos países, o turismo doméstico se aqueceu e os brasileiros perceberam o quão atrativo é ser turista em seu próprio país. O Grand Hyatt Rio de Janeiro segue com o máximo rigor todas as medidas de prevenção que permitem que nossos hóspedes, clientes e funcionários se sintam verdadeiramente seguros e bem cuidados. Para a comemoração do Réveillon, vamos disponibilizar os três restaurantes do hotel, para garantir o distanciamento social e áreas livres para que todos possam se divertir e brindar a chegada de 2022 com segurança."
O Grand Hyatt está com vagas de emprego abertas para a operação de garçom, arrumadeira, cozinheiro e steward. Os interessados devem enviar currículo para o e-mail de recrutamento e seleção (riogh-recrutamento@hyatt.com).