Rio -- A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) já elucidou o motivo do desaparecimento do empresário Alberto César Romano Júnior, 33, ocorrido há uma semana: ele trabalharia com milicianos da Zona Oeste em terraplanagens e, possivelmente, na lavagem de dinheiro. Tudo indica que ele teria sido morto em um acerto de contas no grupo.
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Durante a investigação, uma outra face do empresário foi apontada por um amigo. Romano seria o responsável pelo pagamento de propina a policiais penais, responsáveis pela custódia de milicianos presos no Complexo Penitenciário de Bangu. Os pagamentos ocorreriam no shopping em que o empresário foi visto pela última vez. A informação consta em um depoimento, ao qual O DIA teve acesso.
Segundo o amigo, que durante a pandemia passou a trabalhar para o empresário, Romano seria "muito influente no sistema penitenciário" e detalhou a logística do pagamento de propina.
De acordo com o depoente, ele acompanhou o empresário na entrega do dinheiro: a quantia era pega por Romano no bairro de Campo Grande; o local de entrega era próximo à estação do BRT do bairro. Na maioria das vezes, o dinheiro era entregue por homens que estavam em uma moto. Ainda de acordo com trecho do relato, o "valor seria de R$ 2 mil semanais (...)" e a entrega a esses policiais ocorria em "reuniões, sempre no Recreio ou na Barra da Tijuca; que muitas ocorreram no shopping onde ROMANO foi visto pela última vez". A polícia possui imagens de Romano no estacionamento desse shopping, no dia do seu desaparecimento.
Ainda segundo o amigo, Romano "chegou a comentar com o declarante que as reuniões seriam para se acertar a transferência de um preso, miliciano, para uma situação pior". Ele não sabe quem seria esse preso, mas acredita "ser alguém de grande importância na milícia".
Há cerca de três semanas, esse amigo disse que ouviu Romano ao telefone que "o responsável pela transferência do preso iria querer receber tudo de uma única vez". A Polícia Civil pretende investigar a denúncia.
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