Hospital Municipal Ronaldo Gazolla deixa de ser exclusivo para tratamento contra covid-19Marcos Porto / Agência O DIA

Rio - O número de pessoas internadas no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla dá o tom da importância da vacinação para evitar as formas graves da covid-19: dos 218 pacientes internados atualmente, 206 não tomaram nenhuma dose da vacina, ou seja, 94% das pessoas internadas com o vírus não foram imunizadas. Apenas 12 foram vacinados. 
"Hoje é um dia de agradecimento. Hoje temos 70% da nossa população adulta com as duas doses. A gente avança nossa dose de reforço, e podemos transformar nossos leitos em uma nova missão que é cuidar da saúde das pessoas. Nos últimos dois anos as pessoas ficaram muito descuidadas para fazer uma cirurgia eletiva, um tratamento acompanhado, como o de câncer", pontuou Daniel Soranz.
O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio, não será mais dedicado exclusivamente a pacientes com covid-19. A mudança foi anunciada oficialmente nesta quinta-feira (30) pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Em 2021, o Ronaldo Gazolla admitiu 8.684 pacientes. Em um dos picos da pandemia, em janeiro, a unidade chegou a ter 407 leitos ocupados ao mesmo tempo - eram 420 disponíveis. Atualmente, toda a rede SUS do município do Rio tem 412 pessoas internadas por covid-19 - quase a mesma quantidade do que o Ronaldo Gazolla recebeu.
O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla estava desde março de 2020 como uma unidade de tratamento exclusivo à Covid-19. Durante a gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella, até o fim do ano passado, o local dividiu a tarefa de receber e isolar os pacientes junto com os hospitais de campanha, como o do Riocentro, desmontados ao longo do ano passado e deste ano.
Segundo o secretário, os equipamentos, materiais e suprimentos utilizados para a internação de pacientes com covid-19 serão aproveitados em outros setores.

"Todo o legado de material, suprimentos, Recursos Humanos, vai se manter. A gente mantém o Gazolla como o maior CTI do estado do Rio de Janeiro, mantém os 420 leitos funcionando. E a gente retoma com mais força o nosso ambulatório", afirmou Soranz.

Dois centros cirúrgicos serão abertos no terceiro andar. No local serão administrados os setores de cirurgias eletivas e de baixa complexidade. Leitos de CTI e enfermaria para outras doenças também serão abertos.
"A gente já está preparado para o tratamento dos paciente com sequelas da covid. Um centro de reabilitação está sendo reformado. Devera ser o maior centro de reabilitação do país. Nós somos o hospital com o maior número de UTIs no país inteiro e na América Latina", disse Roberto Rangel, diretor do hospital.